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Artigo

Quando a compra é parte da experiência

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Quando a compra é parte da experiência

O live commerce continua em alta no mundo. Para obter melhores resultados, as empresas estão aprendendo a ser divertidas e envolventes

Por Andreia Mariano*

Em 2016, o comércio interativo de produtos online surgiu na China e os clientes puderam conciliar os benefícios de comprar pela internet com a demonstração em tempo real dos produtos por um apresentador. Esse anfitrião digital ajudava a despertar a curiosidade pelo produto e esclarecia dúvidas.

A modalidade tem taxas de conversão até dez vezes mais elevadas do que o comércio eletrônico tradicional, especialmente com ofertas e promoções em lives bem populares. Além disso, o formato de conteúdo com maior adesão de usuários apresenta uma variação de perfil, demonstrando as características comportamentais únicas de cada mercado. 

Enquanto os consumidores chineses buscam eventos nos quais possam interagir com influenciadores e celebridades, os americanos preferem a avaliação de especialistas. Já os europeus estão mais preocupados com os tutoriais sobre a utilização dos produtos. Na América Latina, por sua vez, as pessoas se interessam igualmente por eventos com especialistas e influenciadores, além de desejar a interação com todos e participar de tutoriais e sessões de perguntas e respostas.

O live commerce é mais do que um canal de vendas. Trata-se de um excelente meio para aprofundar as relações com os clientes de maneira genuína e original. Vale lembrar uma experiência de compra ao vivo realizada pela Pepsi Filipinas no Facebook Live, por exemplo. A ação esgotou todas as latas da edição limitada BLACKPINK x Pepsi e aumentou a taxa de engajamento da marca em 35 vezes.

O reconhecimento da marca também é um resultado igualmente valioso do live commerce.
O Headspace, uma plataforma online de meditação, convidou o músico John Legend e a apresentadora de TV Davina McCall para uma sessão de meditação ao vivo no Instagram Live.
O evento atraiu milhares de participantes e aumentou o conhecimento da plataforma no mercado. 

Navegar no mundo do live commerce traz retorno, mas a empresa precisa analisar como o seu cliente descobre, interage e utiliza esse formato no dia a dia. Por isso, três tópicos são essenciais:

1 – Ampliar a credibilidade: A recomendação tem de ser honesta e não pode forçar o consumidor a tomar uma decisão.

2 – Autenticidade: Deve-se construir conteúdo com um storytelling interessante, promover valor educacional, trazer experiências de consumidores e expor sentimentos.

3 – Inspiração: A ideia é promover uma cultura de longo prazo para engajar os clientes nas sessões promovidas.

Diante disso, uma coisa é certa: ainda que seja possível fazer muito mais para refinar o formato de live commerce, parece evidente que as marcas precisarão considerar esse modo de relacionamento. A modalidade tem potencial para ampliar muito o sucesso dos negócios.  



*Andreia Mariano é estrategista em experiência do cliente, com passagens por Bradesco e American Express, fundadora da FuturExperience e faz parte do corpo docente da Fundação Dom Cabral