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As dicas de Carol Paiffer sobre empreendedorismo

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As dicas de Carol Paiffer sobre empreendedorismo

Referência em educação financeira no Brasil e com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, a empreendedora Carol Paiffer será uma das palestrantes do Digitalks 2025

Por Redação

Investidora do Shark Tank Brasil e CEO da Atom S/A e da Dinastia Hub, Carol Paiffer é referência em educação financeira no país. Em outubro, ela será uma das palestrantes do Digitalks 2025 — o maior hub de negócios, tendências e inovação da América Latina —, onde vai falar sobre empreendedorismo e dar dicas aos que desejam abrir seu próprio negócio.

Em entrevista à The President, Carol deu um pequeno spoiler do conteúdo que vai abordar no Digitalks, com ótimos insights sobre empreendedorismo. A empresária de sucesso também falou sobre a sua trajetória, que é “prova de que ninguém precisa nascer pronto para alcançar grandes resultados” desde que esteja disposto a “buscar melhoria contínua”.

Carol Paiffer vai falar sobre empreendedorismo no Digitalks 2025 (Foto: Reprodução/Instagram)

THE PRESIDENT _ Quais são os erros mais comuns que você observa em novos empreendedores ao iniciar seus próprios negócios, e como evitá-los?

Carol Paiffer – Um dos maiores erros é não conhecer os próprios números. Muita gente começa a empreender pela paixão, mas esquece que um negócio precisa ser sustentável financeiramente. Outro ponto é querer fazer tudo sozinho, sem buscar conhecimento ou apoio. Empreender não é sobre ter todas as respostas, é sobre saber fazer boas perguntas e cercar-se de pessoas melhores que você. E, principalmente, é preciso testar e ajustar. Quem espera tudo estar perfeito para começar, nunca começa.

A Atom Participações S.A. atua na área de investimentos. De que forma a sua experiência no mercado financeiro pode ajudar empreendedores a estruturar suas empresas para se tornarem mais atraentes para futuros investidores?CP – O mercado financeiro me ensinou a olhar os negócios com racionalidade. O investidor gosta de clareza: quer saber onde o dinheiro entra, onde sai e qual é o potencial de crescimento. Então, um empreendedor que quer atrair investimento precisa ter organização, dados e visão de longo prazo. Saber apresentar o negócio, mostrar que entende o mercado, que tem estratégia e gestão. Tudo isso passa segurança para quem está colocando dinheiro ali. Não é sobre prometer mundos e fundos, é sobre mostrar que você sabe o que está fazendo.

Com o lançamento do Digitalks Academy, como você vê a importância da educação contínua no desenvolvimento de habilidades empreendedoras, especialmente no contexto da transformação digital?

CP – Empreender é estar em constante aprendizado. A IA não vai esperar ninguém. Então, ou você aprende e se adapta, ou vai ser engolido. O Digitalks Academy é uma resposta a essa necessidade de atualização e aprendizado. Eu sou uma defensora da educação prática, voltada para o dia a dia do empreendedor, e, hoje, mais do que nunca, isso é essencial.

Quais são as principais competências ou mindsets que um empreendedor deve desenvolver para navegar em um mercado em constante mudança, aproveitando as oportunidades que surgem com as novas tecnologias e tendências?

CP – O principal é ter flexibilidade mental e emocional. O mundo muda o tempo todo, então o empreendedor que insiste em seguir o plano à risca sem olhar para os sinais do mercado, fica para trás. Outra competência chave é saber tomar decisões com base em dados e não em achismos. E claro, ter resiliência: empreender é errar muito, lidar com frustração e continuar mesmo assim. Para mim, quem vence não é o mais inteligente, é o mais persistente e o mais disposto a aprender o tempo todo.

Em um evento que visa fomentar o empreendedorismo e a transformação digital, como a sua jornada pessoal e profissional pode inspirar empreendedoras mulheres a romper barreiras e alcançar posições de liderança no mercado de tecnologia e inovação?

CP – Minha trajetória é a prova de que ninguém precisa nascer pronto para alcançar grandes resultados — mas precisa estar disposto a aprender, a cair e levantar, e a buscar melhoria contínua. Eu entrei no mercado financeiro em um momento em que queria estudar moda, mas também queria entender de números e, aos poucos, fui entendendo como o jogo era jogado e me apaixonei. Aprendi na prática, estudei muito e fui me cercando de pessoas boas. Liderança, para mim, vem da ação: é sobre resolver problemas, assumir responsabilidades e ter coragem de fazer diferente. E a tecnologia, quando usada com estratégia, é uma grande aliada para escalar negócios e ideias. Meu objetivo é mostrar que é possível construir negócios que deixem um legado para o futuro.