Degustação no NB Steak destaca vinhos nacionais em harmonização com cortes premium
A carne e o vinho ocupam posições estratégicas no agronegócio brasileiro. Em 2024, o Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas de carne bovina — um recorde histórico — com valor de US$ 12,8 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O setor vitivinícola, embora menor em escala, revela peso socioeconômico crescente. O Rio Grande do Sul responde por cerca de 90% da produção nacional de uvas, vinhos e derivados, concentrando as maiores áreas plantadas. Em 2024/25, cerca de 15 mil famílias cultivaram cerca de 48 mil hectares de parreirais no estado sulista. A safra de uvas para industrialização de 2025 deve atingir 750 mil toneladas, um salto de quase 40% em relação a 2024.
Nesse contexto de bons resultados do agro brasileiro e destaque para a identidade dos produtos nacionais, a Confraria THE PRESIDENT realizou, em parceria com o restaurante NB Steak, uma degustação às cegas de sete rótulos nacionais. O objetivo foi eleger os melhores vinhos da nova carta da casa, elaborada pelo jornalista e sommelier Estevão Limana, da CNN, com 27 rótulos brasileiros, entre espumantes, brancos e tintos.
A prova contou com jornalistas e especialistas como Regis Gehlen (Vinho & Cia), Emerson Tegon (Prefiro Vinho), Breno Raigorodsky (Wine Coach), Ney Ayres (The President Gourmet), além do próprio Limana e do CEO do NB Steak, Gilson Belusso.
O destaque da noite foi o Bebber Maragato Cuvée, eleito o melhor tinto, seguido pelo Lidio Carraro Grand Vindima Quórum e pelo Intento Corte Tannat e Marselan. Entre os brancos, o Dom Cândido Reserva Chardonnay recebeu alta avaliação. A harmonização mais elogiada foi a do Sauvignon Blanc com a porchetta, enquanto o rótulo vencedor entre os tintos se mostrou ideal com o tradicional Steak NB.
As carnes servidas incluíram cortes de diferentes origens e texturas — steak, lombo de cordeiro, costela premium, vazio, chorizo, porchetta e assado de tiras — numa proposta de conexão direta com a diversidade da pecuária nacional.
Para Ney Ayres, a iniciativa reforça o potencial do vinho brasileiro: “Foi uma surpreendente demonstração de rótulos capazes de estar nos melhores restaurantes do mundo. Vender carne de excelência fica mais fácil quando acompanhada de vinhos como o campeão Maragato, de Flores da Cunha”.
Na visão de Breno Raigorodsky, o desafio está na percepção do consumidor interno. “É importante mostrar que o país produz vinhos em nível internacional”, resume. “Muitos ainda acreditam que apenas os importados são de qualidade. Hoje há duas correntes: uma mais clássica, com corpo e madeira, e outra focada no frescor e na valorização do terroir. O destaque da noite se enquadrou nessa linha moderna.”
Regis Gehlen reforça que a vitivinicultura deixou de ser nicho: “Atrás de cada taça há uma engrenagem que movimenta milhares de famílias, gera empregos e atrai turistas. O setor tem papel estratégico na diversificação agrícola e no fortalecimento de marcas que já disputam espaço com gigantes mundiais. O maior desafio ainda é interno: conquistar o consumidor brasileiro”.
Para Limana, a valorização vai além da economia: “O vinho brasileiro se consolidou como parte relevante do agronegócio. Ele gera renda em regiões antes limitadas à agricultura de subsistência, atrai turistas e fortalece identidades culturais. É transformação social e de autoestima nacional”.
Segundo dados do setor, mais de 200 mil famílias vivem diretamente da viticultura, em regiões que vão do Rio Grande do Sul a Minas Gerais. A cadeia abrange pequenos produtores, cooperativas, grandes vinícolas, distribuidores, restaurantes e o enoturismo, que cresce em ritmo acelerado.
Na outra ponta, a pecuária também busca valor agregado. Para Gilson Belusso, do NB Steak, esse é um movimento de reposicionamento da carne brasileira. “Quando levamos cortes selecionados para a alta gastronomia, mostramos que nossa produção pode ser reconhecida não só pela quantidade, mas pela excelência”, analisa. “Assim como no vinho, o desafio é valorizar o que produzimos aqui e entender a riqueza da pecuária nacional.”
A degustação reafirmou que carne e vinho, juntos, representam mais do que dois pilares do agronegócio. São expressões culturais, motores econômicos e símbolos de uma produção que busca reconhecimento internacional sem perder a conexão com suas raízes.
@nbsteak.com.br