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Chef brasileira transformou ancestralidade familiar em cachaça premium

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Chef brasileira transformou ancestralidade familiar em cachaça premium

Líder de uma destilaria sustentável no interior paulista, Célia Della Colletta transforma o legado feminino da família em símbolo de representatividade no setor de destilados premium

Por Redação

Fotos Divulgação

A história de Célia Della Colletta reúne todos os elementos que fazem do Dia da Consciência Negra uma das datas mais urgentes da pauta contemporânea: representatividade, autonomia econômica, liderança feminina e reconstrução de narrativas sobre quem ocupa o protagonismo no Brasil. Mulher negra, chef formada no Le Cordon Bleu em Paris e primeira brasileira admitida na Académie Culinaire de France em mais de um século, Célia se tornou uma voz potente em no setor de destilados premium, onde mulheres, e especialmente mulheres negras, são praticamente invisíveis.

É ela quem está à frente da Destilaria Octaviano Della Colletta, em Torrinha, no interior de São Paulo, onde nasce a cachaça premium Alzira, uma marca que combina técnica francesa e ancestralidade brasileira com práticas sustentáveis e impacto social. Em um país que movimenta bilhões na economia criativa liderada por afroempreendedores, mas ainda os vê sub-representados em posições de poder, a carreira de Célia escancara a força da mulher em espaços historicamente restritivos. Sua presença no comando de uma destilaria movida a energia solar, que reaproveita integralmente seus resíduos e mantém uma ONG que educa crianças da região, revela que falar de cachaça, no caso dela, é falar de identidade.

Célia Della Colletta lidera a Destilaria Octaviano, produzindo cachaça premium com práticas sustentáveis e impacto social.

Célia representa três gerações de mulheres que sustentam o legado familiar que inspirou a criação da Cachaça Alzira, batizada em homenagem à matriarca, Dona Alzira, e ressignifica a imagem do destilado nacional ao unir sustentabilidade e uma visão sofisticada de brasilidade.

Em novembro, a história de Célia mostra que a Consciência Negra também é feita de conquistas, referências, tecnologias sociais e inovação. É sobre ocupar espaços e dar voz a quem realmente sustenta a cultura brasileira.