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Belos dias

no Panamá

TURISMO

Belos dias no Panamá

O Arquipélago Bocas del Toro, no país do canal, oferece muito conforto em meio à natureza intocada

Por Raphael Calles, de Bocas del Toro

O Panamá é o país do simbólico canal que conecta o Oceano Atlântico ao Pacífico, e vice-versa. Também o lugar das compras a preços baixos. A nação, enfim, onde milhares de brasileiros, todos os dias, recorrem ao aeroporto como conexão para demais destinos no Caribe e no restante das Américas. Mas, cá entre nós, eles não o aproveitam da maneira que deveriam.

É nele, a pouco menos de sete horas de voo de São Paulo, com cinco voos diretos por dia operados pela Copa Airlines, que uma preciosidade está guardada: o Arquipélago Bocas del Toro, no Oceano Atlântico. Basta uma troca de aeroporto e menos de uma hora em um segundo voo num divertido Fokker 50, operado por uma companhia aérea local, e o verde-esmeralda desponta. E com ele o cenário rústico, os táxis, que são na verdade picapes, e o constante som do arfar de touros. 

Reza a lenda que Bocas del Toro ganhou esse nome por causa do som das ondas ao colidir nas rochas vulcânicas. Essa foi a percepção de Cristóvão Colombo, há mais de 520 anos. O mar oferece águas tranquilas entre abril e outubro. De novembro ou dezembro a março, as águas se agitam e o cenário se torna ideal para surfistas. Porém o som é praticamente o mesmo, com diferentes intensidades.

A curta estrada de terra, que só pode ser percorrida com as tais picapes, nos leva a um lugar único: o hotel La Coralina Island House, na Isla Colón. Com a face precisamente voltada para leste e perfeitamente posicionada para o nascer do Sol e da Lua, a propriedade promete, antes de tudo, relaxamento e bem-estar. Sua referência é Bali, na Indonésia. Tudo lembra essa ilha do Oceano Índico. Anos de trabalho e ao menos três dezenas de contêineres repletos de itens balineses e javaneses ajudaram na construção do que hoje representa uma filial de Bali no meio das Américas.

Somam-se à aparência estética o clima úmido, as chuvas repentinas, a floresta tropical, que cerca o hotel – e toma conta de uma gigantesca parte do arquipélago –, e o clima de conexão consigo mesmo. 

No La Coralina Island House, o despertar se alterna entre aulas de ioga, alongamento e vinyasa yoga flow (uma variação de ioga com movimentos). Tratamentos de massagem ou reflexologia me permitem entender melhor as próprias dores. Um banho de som com vibração de tigelas tibetanas me faz sentir cada um dos chacras. A meditação guiada faz você se encontrar. Lá está o santuário, um ambiente sacro escondido em meio à floresta tropical, onde o farfalhar das árvores se mistura com o cantar dos pássaros.

A natureza é esplendorosa em Bocas del Toro. Nem mesmo os dias chuvosos – ou a iminência de um furacão, como ocorreu com outro grupo de colegas jornalistas – tiram o encanto. À esquerda do hotel, uma caminhada de cerca de 20 minutos leva à Playa Escondida. O caminho podia ser percorrido pela estrada ou permeando outros trechos de praia. 

O mar é o maior bem a ser explorado. Saídas de lancha, que podem ser organizadas pelo próprio La Coralina, levam a Cayo Zapatilla, duas ilhas intocadas que permitem o mergulho em uma água transparente. Após pouco mais de uma hora em alto-mar, com o emocionante balançar das ondas, o passeio continua com a visita à Isla Pájaros, um paradisíaco rochedo. A grande atração são centenas de pássaros, das mais diferentes espécies – algumas delas encontradas apenas na ilha –, realizando voos rasantes sobre a embarcação. Ainda é possível realizar um passeio de veleiro e explorar a Playa Estrella (repleta de estrelas-do-mar) e outros destinos banhados pelas águas mornas, em diferentes tons de azul e verde.

O clima do surfe trazido pela alta temporada pode ser sentido nas ruas de Bocas Town, pois o centrinho da Isla Colón permite compras de produtos locais e a exploração de uma diversidade de bares e restaurantes ao cair da noite. Ao longo da costa, diversos beach clubs oferecem espaço para curtir tudo despreocupadamente, com a garantia de uma ótima culinária.

Quando o assunto é gastronomia, La Coralina Island House não decepciona. Ao contrário. O restaurante fica a céu aberto e é comandado pelo chef argentino Rodrigo Vazquez. Ele traz seu toque à gastronomia caribenha com o uso de ingredientes locais frescos. Os petiscos também passam pelo crivo de Vazquez. O hotel ainda oferece noites temáticas, com parilla, frutos do mar e até um dia da pizza.

Deixe-se levar pelo rugido das “bocas de touro”. Você entrará em um processo de autoconhecimento, contemplação e bem-estar, regado por águas tépidas, e voltará em harmonia perfeita entre corpo, mente e alma.

lacoralinaislandhouse.com