A coletiva de imprensa, realizada na Japan House São Paulo, antecipou os destaques do evento que, há mais de duas décadas, é referência na preservação e difusão da cultura japonesa no Brasil; de 11 a 13 de julho no São Paulo Expo
Por Redação
O Festival do Japão de 2025 acontece em um ano especial: faz 130 anos que Brasil e Japão assinaram o Tratado de Amizade, que deu início a uma relação construída com respeito e troca entre os dois países. Desde a chegada dos primeiros imigrantes, em 1908, essa história passou por muitas fases — de trabalho duro e recomeço a laços que se fortaleceram com o tempo. Hoje, tudo isso está presente na comunidade nikkei e na diversidade cultural que o festival celebra. O evento se firmou como uma das maiores mostras da cultura japonesa fora do Japão.
Nesta edição, entre 11 e 13 de julho no São Paulo Expo, o público vai encontrar uma programação feita para diferentes idades e interesses. A proposta é valorizar o passado e, ao mesmo tempo, olhar para o presente. Voluntários de várias áreas trabalham com o mesmo propósito: criar encontros que aproximam gerações, histórias e modos de viver. Um dos destaques é a culinária. As barracas, organizadas por associações das províncias japonesas, trazem pratos preparados com receitas que passam de uma geração para outra. “Cada prato conta uma história de família, de província e de afeto”, explica Mauro Tada, que cuida da área.
A comida é só o começo. Logo na entrada, o bon odori recebe os visitantes. A dança coletiva é um símbolo de espiritualidade e união. O ritmo dos tambores taiko e as canções do estilo minyo formam o ambiente onde pessoas de todas as idades dançam juntas, como se o tempo não separasse passado e presente. “É um momento de união que emociona e acolhe”, diz Vinicius Sadao, que divide a coordenação com Tatsuaki Iida.
Nas oficinas, o público pode acompanhar de perto técnicas como origami, sumiê, mizuhiki, shodo, sashiko, pixel art e kumihimo. São artistas com trajetória longa e domínio do fazer manual. “Queremos que o público sinta a arte na pele, nas mãos e no coração”, resume Thais Kato, responsável pela área.
O auditório reúne mais de vinte conversas com convidados de instituições como JICA, Ajinomoto, Hospital Nipo e Instituto Invel. Os temas incluem saúde, educação, cultura e inovação. “Criamos um ponto de diálogo entre tradição e atualidade”, diz Denise Sugiyama, que organiza a programação.
A nova geração também tem espaço. Projetos como Akibaspace, Akiba Cosplay e o Miss Nikkey Brasil trazem influenciadores, artistas, concursos e desfiles. São atividades que mostram como a juventude mistura referências do Japão com o que vive hoje. “É uma forma de conexão que respeita o passado e olha para o futuro”, comenta Kendi Yamai, coordenador da área.
No palco principal, 52 atrações vão se revezar ao longo dos três dias. A programação inclui shows com Zenkyo Ogawa e Keiko Yoshimura, a banda NerdChore, o Concurso de Desenho Nipo Brasileiro, apresentações de dança, tambores e artes marciais. “A programação é montada como um grande mosaico que representa a pluralidade da cultura japonesa”, diz Rodrigo Hiroaki Kawashita, curador do palco.