Adryan Anjos indica combinações que surpreendem convidados e elevam o Natal e o Ano Novo
Por Redação
Foto de Elvis Fernandes
As festas de fim de ano pedem atenção a cada detalhe da ceia, e a escolha certa de bebidas faz toda a diferença. Do brinde inicial aos pratos principais, passando por entradas, saladas e sobremesas, algumas combinações simples conseguem elevar a experiência em algo memorável. O sommelier Adryan Anjos, do Seen São Paulo, compartilha suas sugestões para harmonizar espumantes, vinhos e pratos, com opções que funcionam para ceias tradicionais ou mais leves, além de rótulos nacionais em destaque.
Natal e Réveillon no clima quente do verão brasileiro
No verão brasileiro, especialmente nas festas de fim de ano, o vinho precisa refrescar — não cansar. Por isso, acidez, leveza e frescor são palavras-chave. Os espumantes, especialmente os Brut e Brut Nature, são quase unanimidade: refrescam, abrem o apetite e acompanham muito bem toda a celebração.
Espumantes: Prosecco ou Cava Brut são ótimas escolhas. Têm notas cítricas e florais, são descontraídos e perfeitos para os brindes iniciais — aqueles que nunca acontecem só uma vez.
Vinhos brancos: Chardonnay (preferencialmente com perfil mais mineral) e Sauvignon Blanc funcionam muito bem. São leves, vibrantes e combinam com o clima quente e festivo.
Vinhos rosés: Rosés secos, como os de Provence ou à base de Pinot Noir, trazem elegância, frescor e aquele charme que agrada desde os iniciantes até os mais exigentes.
Rótulos nacionais em alta para postar nas festas deste ano
Os vinhos brasileiros vivem um momento muito especial, e isso me deixa genuinamente feliz. O Brasil está conquistando espaço no cenário internacional — e com mérito. Provei muitos rótulos nacionais marcantes este ano, e alguns merecem destaque especial.
Espumantes: o Champenoise Nature Brut 24 meses, da Vinícola Cannion, localizada no nordeste de São José dos Ausentes (RS), é uma bela surpresa. Elaborado com Chardonnay, Pinot Noir e Riesling, entrega frescor, precisão e uma complexidade contemporânea muito elegante.
Outro nome que dispensa apresentações é Victoria Geisse — cada rótulo com sua identidade, técnica impecável e profundidade.
Vinhos brancos: A Vinícola Cannion também assina um Chardonnay que merece atenção. O vinho combina uvas de duas safras: parte da 2024 barricado e parte da 2025 sem passagem por madeira. O resultado é um equilíbrio belíssimo entre cremosidade e frescor, com notas de pêssego, damasco, maçã assada, pera e toques delicados de baunilha e coco tostado.
O nome já diz tudo: “Permita-se” — um vinho que foge do óbvio, com técnica, sensibilidade e muito respeito ao terroir de altitude do Rio Grande do Sul.
Outro destaque é o Sauvignon Blanc Gaúcho da Lidio Carraro, sempre fresco, elegante e muito bem definido.
Tintos: Para quem gosta de tintos mais leves, o Syrah SABINA, da Sacramento Vinifer, na Serra da Canastra, é uma excelente opção. Aromas de mirtilo, amora e ameixa, taninos aveludados e um final marcado por frutas pretas frescas.
Já para quem prefere algo mais encorpado, o Raríssimo ELA FRANC, da enóloga Andrea Trentin, é um Cabernet Franc 100% de Garibaldi, Serra Gaúcha, produzido de forma artesanal e com mínima intervenção. Elegante, fresco, persistente e com belos aromas de cassis e frutas negras maduras.
Ceia tradicional, com peru, tender ou bacalhau
Nas ceias tradicionais, o segredo é escolher vinhos com boa acidez, capazes de equilibrar gordura, sal e os sabores mais intensos dos pratos.
Peru: Chardonnay ou Viognier são ótimas opções, pois têm corpo suficiente sem roubar a cena.
Tender: Pinot Noir ou um Merlot mais leve funcionam muito bem, equilibrando a leve doçura da carne com elegância.
Bacalhau: Aqui os brancos frescos brilham — Sauvignon Blanc ou Alvarinho são escolhas certeiras. Para quem não abre mão de um tinto, um Pinot Noir equilibrado também pode funcionar.
Ceia leve e tropical, com peixes, saladas e frutos do mar
Peixes: Sauvignon Blanc ou um Chardonnay fresco são ideais, trazendo acidez e frescor na medida certa.
Frutos do mar: Espumantes Brut ou Prosecco são quase imbatíveis. Limpam o paladar e convidam ao próximo prato (e ao próximo gole).
Saladas: se houver molho cítrico, Alvarinho ou Sauvignon Blanc são ótimos aliados, deixando tudo mais vibrante e refrescante.
Da entrada à sobremesa
Alguns vinhos têm o dom da versatilidade — e esses são perfeitos para longas celebrações.
Espumante Brut: Prosecco ou Cava Brut acompanham muito bem da entrada aos pratos principais.
Vinho Rosé: um Rosé de Provence ou um Pinot Noir Rosé funciona tanto com pratos leves quanto com sobremesas mais delicadas.
Vinho Branco: um Chardonnay fresco, com pouco ou nenhum carvalho, transita bem entre entradas e pratos principais de carnes brancas.
Vinho Tinto Leve: Para sobremesas à base de chocolate, um Pinot Noir leve ou um Merlot mais delicado podem harmonizar sem pesar — e sem roubar o protagonismo da sobremesa.