Sócio da startup MyDataAgent, Fernando Outa conta de que forma a sua empresa surfa na onda da IA generativa
Por Mario Ciccone
A MyDataAgent é uma startup especializada em levar inteligência artificial a outras companhias. “Surgimos da necessidade de democratizar o acesso à tecnologia de IA avançada para companhias de todos os portes”, afirma Fernando Outa, um dos quatro sócios da empresa. Fernando Outa é CPO (chief product officer) da MyDataAgent. Com experiência em publicidade e desenvolvimento de sistemas, ele já passou por F/Nazca, Fisher, Grey Interactive, Tribo, Furia 7 e Condé Nast (em Nova York). “Poderia estar em grandes agências até hoje, mas o empreendedorismo está na veia.” Conseguir empreender e ter o seu próprio negócio é o sonho de pelo menos 48 milhões de brasileiros. Eis o panorama apresentado pela publicação Empreendedorismo no Brasil 2023, apresentado no segundo semestre do ano passado. Tal estudo foi baseado nas pesquisas do Monitoramento Global do Empreendedorismo (GEM) e promovido pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe) em parceria com o Sebrae. De acordo com essa fonte, o empreendedorismo brasileiro tem forte potencial de inclusão social, incluindo pessoas de baixa renda. “Pode ser um salão de beleza, startup ou barbearia”, destaca Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, em entrevista ao portal da entidade. “Esses empreendedores têm criatividade e produzem processos para induzir a nossa economia. Todos aqueles que empreendem querem buscar o protagonismo socioeconômico de sua vida para garantir renda e construir sua dignidade.” Nesse contexto, vale conferir esta história de empreendedorismo e inovação.
“Ter o próprio negócio é desafiador, mas dá autonomia. Percebo as dores do mercado e ofereço soluções”
THE PRESIDENT _ Empreender sempre foi algo que fez parte da sua carreira?
Fernando Outa – Está na veia. Estou nessa de realizar o próprio negócio há 20 anos. Poderia permanecer em grandes agências até hoje, mas o empreendedorismo é desafiador e dá autonomia para fazer as coisas. Posso perceber onde estão as dores do mercado e oferecer soluções. Além disso, empreender é um desafio constante. Tem que ter muita resiliência.
Como surgiu a ideia da empresa?
O MyDatAgent surgiu da necessidade de democratizar o acesso à tecnologia de IA generativa e avançada para empresas de todos os portes. Identificamos que muitas organizações precisavam de uma solução que integrasse dados de diferentes canais de comunicação e processasse grandes volumes de forma inteligente, mas não tinham acesso a uma plataforma que fizesse isso de maneira unificada e acessível. Nossa plataforma nasceu para dar rapidez no acesso, oferecendo uma solução que combina processamento de dados, inteligência artificial e atendimento multicanal.
Quais foram os maiores desafios?
O maior foi desenvolver uma arquitetura que fosse simultaneamente robusta e flexível. Precisávamos garantir que a plataforma pudesse processar grandes volumes de dados mantendo a segurança e a privacidade. Outro desafio significativo foi criar uma solução que integrasse diferentes modelos de IA (OpenAI, Claude e DeepSeek, entre outros) mantendo a consistência no processamento e na qualidade das interações. Tudo é integrado, corporativo e privado. Os funcionários não usam suas contas pessoais. Centralizamos a inteligência para que não fique dispersa e o que estamos vendo no uso de seus chatgpts é que, geralmente quando um colaborador sai, muitas das informações se perdem, então garantimos que a base de conhecimento fique dentro da sua empresa com a nossa solução.
Qual o maior ganho para os clientes?
É a capacidade de automatizar e personalizar o atendimento ao cliente em larga escala, mantendo a qualidade e a consistência. A plataforma permite que as empresas criem agentes inteligentes que possam interagir por meio de múltiplos canais (texto, voz e imagem), processando informações contextualizadas e oferecendo respostas personalizadas. Isso resulta em redução de custos operacionais, aumento na satisfação dos clientes e maior eficiência nos processos de atendimento.
Pode-se falar de algum ganho social que a empresa proporciona?
Sim, em várias frentes. No setor de saúde, por exemplo, nossos agentes auxiliam na triagem inicial de pacientes, tornando o acesso à saúde mais eficiente. Na educação, fornecemos tutores virtuais, que ajudam a democratizar o acesso ao conhecimento por meio de ensino personalizado.
O que você projeta para o futuro?
Estamos trabalhando muito a parte conversacional. Os sistemas vão poder conversar com a inteligência artificial em tempo real e realizar tarefas totalmente automatizadas usando ferramentas. Tudo isso irá automatizar processos. E já vai estar tudo embarcado em uma única solução.