A seleção de obras da galeria Fortes D’Aloia e Gabriel coloca em diálogo artistas que transitam entre intimidade e monumentalidade
Por Redação
Fotos Divulgação
A galeria brasileira Fortes D’Aloia & Gabriel vai exibir uma seleção de obras na Art Basel Paris 2025, feira internacional de arte contemporânea e moderna, entre os dias 22 e 26 de outubro. A apresentação coloca em diálogo artistas que transitam entre intimidade e monumentalidade, o pessoal e o coletivo, traçando linhas por meio de geografias e gerações.
A curadoria da FD&G constrói uma paisagem de intensidades sensoriais e conceituais, afirmando seu compromisso com práticas artísticas experimentais e plurais. Antonio Tarsís, por exemplo, reconfigura materiais negligenciados, como caixas de fósforo, em assemblages que se tornam delicadas constelações de forma e memória. Em contraste, o relevo em bronze de Erika Verzutti, inspirado na luz atmosférica de Turner, encontra a tecelagem tátil de Ernesto Neto, cuja obra evoca comunhão, continuidade orgânica e sensibilidade coletiva.
O encontro de linguagens se estende com as paisagens visionárias de Frank Walter, a aspereza do concreto na escultura de Ivens Machado e as abstrações atmosféricas de Janaina Tschäpe, em que a fluidez se torna um modo de percepção, ecoada nos desenhos a óleo sobre papel de Ana Claudia Almeida.
A pintura assume um papel central na apresentação, com um “coro de vozes” que abrange desde as superfícies suaves das pinturas-esculturas de Leda Catunda e as paisagens radiantes de Luiz Zerbini até as imensidões corpóreas nas telas de Márcia Falcão. A artista Sophia Loeb contribui com telas que exibem uma consistência quase meteorológica e profundidade sedimentar.
Tecido e narrativa se revelam nos patchworks de Rivane Neuenschwander e nas composições de Rodrigo Matheus, que sobrepõem memória, ambiguidade e crítica. A nigeriana Pélagie Gbaguidi complementa com suas pinturas e desenhos em pigmento de grande escala, trazendo uma forte carga narrativa.
O percurso da exposição é encerrado pela pintura de Valeska Soares, uma meditação sobre a dualidade — entre o visível e o invisível, a presença e o reflexo —, fechando o ciclo de encontros conceituais da galeria na feira.