Country Manager da Levi’s no Brasil, Argentina e Uruguai, Francisco Alves busca consolidar a marca no mercado sul-americano
Por Redação
Combinação de autenticidade, inovação e cultura americana, os jeans da Levi’s marcaram gerações e estão presentes em mais de 110 países. Francisco Alves é Country Manager da marca em três deles: Brasil, Argentina e Uruguai. Formado pela FECAP em Economia e com MBA em Finanças pelo Ibmec, o executivo iniciou sua carreira na área financeira, passou por posições comerciais e, desde 2021, lidera a operação da companhia em importantes players do mercado sul-americano.
Com uma trajetória de 25 anos de experiência em empresas de destaque, como Walmart, Hugo Boss e Nespresso, Francisco tem como objetivos consolidar a Levi’s como marca regionalmente e ampliar sua relevância cultural e comercial no Brasil, além de conquistar o público jovem. Uma das apostas para aumentar a conexão local é a parceria com criadores de conteúdo e artistas, como a feita com a cantora Lauana Prado no Carnaval deste ano.
Em entrevista à THE PRESIDENT, Francisco Alves falou sobre as estratégias comerciais da Levi’s, explicou onde está o maior potencial de crescimento da marca e revelou a atual grande meta para os próximos anos: dobrar o tamanho da operação até 2030.
THE PRESIDENT _ Nos conte um pouco sobre quem é o Francisco Alves e o que te motivou a assumir a liderança da Levi’s no Brasil e América Latina.
Francisco Alves – Minha trajetória na companhia se iniciou em 2021, quando a marca passou a revisar seus contratos, modernizar lojas e integrar de forma mais robusta os canais físico e digital. O que me motiva a estar à frente da operação é justamente esse desafio: consolidar a Levi’s como marca regionalmente e, ao mesmo tempo, ampliar sua relevância cultural e comercial no país, dobrando de tamanho até 2030.
Qual estratégia é mais relevante agora: expansão de lojas próprias ou canais digitais?
FA – Ambas têm papéis complementares, mas o canal digital vem assumindo um peso crescente. Hoje já representa 10% do negócio no Brasil, contra apenas 3% há poucos anos, com destaque para o e-commerce próprio, responsável por 80% das vendas online. Ao mesmo tempo, a expansão de lojas próprias segue fundamental para garantir experiência de marca e contato direto com o consumidor, sempre com foco em espaços modernos e alinhados ao padrão global da Levi’s.
Pensando em segmento de público: onde está o maior potencial de crescimento?
FA – O maior potencial está na diversificação de portfólio e no alcance de novos públicos, especialmente, o feminino quando olhamos para o panorama global. A Levi’s quer ser lembrada não apenas pelo jeanswear, mas também por roupas casuais e femininas, como vestidos, que foram campeões de vendas no primeiro semestre. Outro ponto é atrair gerações mais jovens, sem perder os clientes de longa data, que seguem fiéis aos ícones como a calça 501, por exemplo.
Como a Levi’s está respondendo à pressão por sustentabilidade no mercado brasileiro?
FA – A Levi’s mantém um posicionamento sólido ligado à qualidade, durabilidade e responsabilidade social, o que dialoga diretamente com um consumo mais consciente e menos descartável. Além disso, somos uma marca que, ao longo dos nossos cerca de 170 anos, passamos a integrar o pilar da sustentabilidade em nosso DNA: fazemos uso de algodão orgânico, reduzindo o consumo de água em aproximadamente 5.400 litros; substituímos a técnica stonewashed tradicional por efeitos desgastados com laser, que também reduz o consumo de água e adotamos circuitos fechados de reutilização de água em algumas fábricas, inclusive no Brasil.
Faça uma ordem sobre o que mais pesa no crescimento da marca: preço, experiência em loja ou storytelling. E por que?
FA – Acredito que seja uma combinação desses fatores. Experiência em loja, porque a Levi’s exige que cada espaço reflita sua identidade e ofereça atendimento de alto padrão, fator decisivo para fidelização do cliente. Storytelling, que mantém a narrativa de tradição e originalidade, fortalecendo a conexão com o consumidor e em relação ao preço, posso dizer que o valor é percebido como consequência da nossa qualidade, compromisso com a durabilidade das peças e posicionamento, não como um diferencial competitivo.
Há planos de colaboração com criadores ou marcas brasileiras para aumentar a conexão local?
FA – Sim, sempre. No Brasil já fizemos parcerias como a cantora Launa Prado, nossa representação do country no tom de voz brasileiro. Ela leva o sertanejo, um dos estilos mais ouvidos do país, com bilhões de streams, para o centro da nossa conversa cultural. Uma artista com 4 indicações ao Grammy, que conecta gerações através da música, nosso ponto central de expressão cultural, e traduz essa força para o universo Levi’s. Fizemos juntos o Carnaval, um show em BH e teremos novas ativações que reforçam essa ponte entre herança local e narrativa global. Além disso, também já fizemos parcerias na moda, como o projeto que desenvolvemos com a Piet, do estilista Pedro Andrade. Estivemos com ele no Paris Fashion Week e no São Paulo Fashion Week no estádio do Pacaembu. Recentemente, ainda fizemos parceria nas passarelas com o Estúdio Traça, um laboratório vivo de inovação e sustentabilidade, que envolve estudantes em projetos de upcycling.
Quanto o Brasil representa hoje no faturamento da Levi’s na América Latina?
FA – Não podemos abrir esse dado, mas o Brasil está entre os dez maiores mercados globais da companhia e é bastante estratégico dentro da operação latino-americana.
Quais os próximos passos de sua gestão à frente da Levi’s?
FA – Os próximos passos incluem acelerar o crescimento rumo à meta de dobrar o tamanho da operação até 2030, com média anual de 14% de avanço; fortalecer o e-commerce e a omnicanalidade; diversificar ainda mais o portfólio além do jeans; ampliar a conexão com novas gerações de consumidores e manter nosso posicionamento, consolidando a Levi’s como referência de qualidade e estilo no Brasil e América Latina.