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AGRO times

A conexão do Brasil que produz

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A conexão do Brasil que produz

A companhia aérea GOL aposta na aviação como motor de desenvolvimento, com expansão em cidades estratégicas do agronegócio, fortalecimento logístico e novos planos internacionais

Por Natália Souza

A GOL tem direcionado parte relevante de sua estratégia para atender ao chamado “Brasil que produz”. A companhia aérea, reconhecida como líder na expansão de rotas regionais, vem ampliando sua presença em cidades brasileiras médias e pequenas ligadas ao agronegócio, ao mesmo tempo em que fortalece a malha internacional e as operações de carga.

Segundo Mateus Pongeluppi, vice-presidente comercial da GOL, essa movimentação representa uma nova fase. “No primeiro momento, nosso crescimento foi focado nas rotas principais, conectando hubs estratégicos”, relembra. 

A GOL ampliou sua oferta em 19% no segundo semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O crescimento foi concentrado nos corredores principais para agricultura, pecuária e exportação, abrangendo polos relevantes de São Paulo, como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Além disso, atende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Tocantins, Pará, Rondônia e Santa Catarina.

“Agora, entramos numa etapa que olha para cidades menores, do interior, ligadas diretamente ao Brasil que produz.” Novos destinos como Araguaína, no Tocantins, e Lages/Correia Pinto, em Santa Catarina, integram esse processo, que já contempla também municípios maiores, como Cuiabá e Campo Grande, além de incrementos em Petrolina (PE) e o interior de São Paulo.

A GOL ampliou a cobertura de voos dos principais corredores da agricultura, pecuária e exportação

O impacto da aviação sobre essas localidades é imediato. E a GOL teve 80% de crescimento da demanda, incrementando de forma significativa a oferta. Juiz de Fora (MG), Maringá (PR) e Passo Fundo (RS) são exemplos de cidades que registraram notável desenvolvimento após receber voos regulares. “Profissionais que antes não tinham acesso — médicos, advogados, professores universitários — passam a circular. Isso fortalece a economia e o setor de serviços”, destaca Pongeluppi.

O transporte aéreo atende especialmente cadeias produtivas que dependem de rapidez e mão de obra qualificada. O setor de grãos, a proteína animal no Sul e, sobretudo, a agroindústria estão entre os mais beneficiados. Para Pongeluppi, a conectividade é essencial: engenheiros, técnicos e gestores precisam de deslocamentos ágeis para manter o dinamismo da produção.

A estratégia doméstica caminha em paralelo à expansão para o exterior. A GOL registrou aumento de quase 50% na oferta internacional no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Prepara agora a maior alta temporada internacional de sua história, com mais de 4.700 voos e 900 mil assentos entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026. A sinergia entre os dois movimentos é clara. “À primeira vista, pode parecer que as agendas competem pelos mesmos recursos, mas, na prática, uma alimenta a outra”, explica Pongeluppi. “O crescimento regional amplia a demanda internacional, enquanto a expansão internacional fortalece a conectividade da malha doméstica.”

Visão geral de RIbeirão Preto-SP, um dos principais polos do agronegócio paulista (Foto: iStock)

Os efeitos da conectividade vão além do transporte. Para Pongeluppi, há também um componente simbólico e social. “Quando o avião chega a uma cidade, não é só o transporte que muda. Há também o imaginário: as pessoas vão até o alambrado do aeroporto, observam as aeronaves, sentem o sonho da aviação mais próximo.” Ao mesmo tempo, a presença de voos regulares atrai universidades, hospitais, escritórios e novos negócios, criando as condições para instalação de agroindústrias e até polos tecnológicos ligados à agrociência e à genética. 

Vale destacar a estabilidade do agro. Mesmo sujeito a variações climáticas, o setor é menos sensível a flutuações macroeconômicas. Até porque combina crescimento acelerado com previsibilidade. “O agronegócio é um dos principais motores de desenvolvimento do Brasil, um ecossistema estratégico”, destaca. “Isso nos dá segurança para planejar investimentos de médio e longo prazo. Ao unir essa engrenagem essencial ao desenvolvimento internacional, conseguimos diversificar e fortalecer todo o sistema GOL.”

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