Nanoinfluenciadores ganham espaço pelo alto engajamento, enquanto macroinfluenciadores ampliam o alcance
Por Redação
Foto Divulgação/Ana Couto
No cenário atual, influenciadores deixaram de ser intermediários para assumir um papel central nas estratégias de marca. Há tempos as empresas reconhecem a força dessas vozes, mas em um ambiente saturado de conteúdo, é preciso definir se o objetivo é gerar impacto ou construir conexão.
Segundo Ana Couto, CEO da anacouto e da LAJE, à frente de projetos para marcas como CBF, Raízen, Brastemp e iFood, o equilíbrio entre visibilidade e autenticidade é essencial para manter a relevância.
Alguns influenciadores focam em alcance. Outros, especialmente os de nicho, buscam fortalecer o vínculo com suas comunidades. Falam diretamente com seus públicos, sustentam a presença da marca em territórios específicos e reforçam seu propósito. Essa atuação não depende apenas de números, mas da consistência na entrega de valor.
Para Ana Couto, o desafio não é escolher um caminho, mas entender como essas frentes podem coexistir. Os que geram repercussão ajudam a ampliar a presença cultural da marca. Os que constroem vínculos contribuem para consolidar sua identidade e sustentar o relacionamento ao longo do tempo. O impacto real vem da combinação entre as duas abordagens: o alcance chama atenção, a conexão mantém relevância.
“Eles não são apenas pontos de contato – são pontos de aprendizado, trazendo insights autênticos que enriquecem a estratégia e geram valor real. Apostar no nano é ser elástico: integrar trocas diversas, absorver microtendências e construir relevância em uma rede que cresce pela profundidade das relações e pela riqueza das perspectivas”.
Pesquisa do Goldman Sachs revela que o mercado de influência deve movimentar US$ 500 bilhões no mundo até 2027, com um crescimento anual de 10% a 20% no número de criadores de conteúdo. No Brasil, líder mundial em influenciadores no Instagram, há mais de 10,5 milhões de criadores com pelo menos mil seguidores, e 500 mil perfis com mais de 10 mil fãs quando consideradas outras plataformas. Esse cenário reforça a importância de estratégias de branding que consolidem a proposta de valor da organização, já que os consumidores estão cada vez mais céticos em relação à genuinidade das parcerias com influenciadores.
“Em um cenário onde a atenção é moeda, mas o significado é o verdadeiro valor, o futuro pertence às organizações que constroem branding e se comunicam com diálogos autênticos. É um convite para ouvir mais e falar menos, criando conversas que ressoam, inspiram e conectam em profundidade”, destaca a empresária.
A Sephora é um exemplo dessa integração. Com o programa Sephora Squad, reúne influenciadores de diferentes perfis, incluindo microinfluenciadores e colaboradores. Em parceria com a plataforma Lefty, alcançou um ROI de mais de 1.000% no TikTok, mostrando a eficiência da presença estratégica nesses canais.
Outro caso é o lançamento do Carmed Fini, da Cimed. Com uma estratégia baseada em acesso antecipado e produção de conteúdo por influenciadoras como Lívia Nunes, a campanha gerou R$ 40 milhões em menos de 20 dias, unindo exclusividade e distribuição digital com foco em resultado.
A agência Mynd destaca que nano e microinfluenciadores apresentam maiores taxas de engajamento e são mais indicados para ações segmentadas, enquanto macroinfluenciadores ampliam o alcance. A recomendação é clara: usar macroinfluenciadores para atrair e nanoinfluenciadores para engajar.