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Itália aprova construção da maior ponte suspensa do mundo por valor bilionário

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Itália aprova construção da maior ponte suspensa do mundo por valor bilionário

Com custo de 13,5 bilhões de euros, a maior ponte suspensa do mundo irá da Sicília ao continente europeu

Por Felipe Novis

A Itália anunciou na quarta-feira (6) a aprovação da construção da maior ponte suspensa do mundo. Com 3,7 quilômetros de extensão total, a estrutura vai ligar a ilha da Sicília à Itália continental, atravessando o Estreito de Messina. O projeto de 13,5 bilhões de euros tem previsão de início ainda em 2025 e término em 2032.

“Será a maior ponte de vão único do mundo. Tal infraestrutura é um acelerador do desenvolvimento”, declarou Matteo Salvini, ministro de Transportes e Infraestrutura da Itália.

A ponte contará com duas linhas ferroviárias no centro e seis faixas para veículos, sendo três de cada lado. O vão suspenso terá 3,3 quilômetros de extensão entre duas torres de 400 metros de altura. O governo italiano considera o projeto uma “obra-prima da engenharia”, afirmando que a ponte será capaz de resistir a fortes ventos e terremotos. A região está localizada sobre duas placas tectônicas.

Com 3,7 quilômetros de extensão total, a estrutura vai ligar a ilha da Sicília à Itália continental, atravessando o Estreito de Messina (Foto: Reprodução/Ministério dos Transportes da Itália)

Projeto é alvo de críticas

Mesmo sendo considerada uma “obra-prima” e prevista para também trazer empregos e um crescimento econômico no sul da Itália, a ousada construção é alvo de críticas de governos locais e parlamentares de oposição ao governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.

A principal razão da reprovação é o impacto ambiental, sobretudo à biodiversidade marinha, mas não é o único motivo. Alguns críticos acreditam que os altos valores do projeto poderiam ser utilizados em outras áreas, como transporte público, saúde e educação. Já outros dizem que o projeto não sairá do papel, tendo em vista o histórico do país de obras públicas anunciadas, financiadas e nunca concluídas.

A ideia da construção da ponte é antiga. Desde a década de 1960, a iniciativa foi proposta e engavetada diversas vezes. Em 2006, o consórcio Eurolink, liderado pelo grupo italiano Webuild, venceu a licitação, mas viu o projeto ser cancelado após a crise da dívida da zona do euro. O consórcio ainda é o contratado para a retomada da tarefa.

A maior ponte suspensa do mundo é uma das prioridades da primeira-ministra Giorgia Meloni, que argumenta que a estrutura diminuiria a dependência das balsas e impulsionaria o turismo, a economia e a logística da região. No entanto, o projeto ainda depende da análise do Tribunal de Contas da Itália e de órgãos ambientais nacionais e da União Europeia.