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Lei da Saúde Mental: como preparar sua empresa?

Especialista em alta performance já impactou centenas de negócios com foco em mentalidade, vendas high ticket e autoridade

Por Colaboração Sandra Teschner, especialista internacional em felicidade

A saúde mental saiu da esfera dos “benefícios opcionais” para se tornar uma obrigação legal no Brasil. Em vigor desde janeiro de 2024, a Lei 14.831/2024 determina que empresas implementem medidas concretas para promover o bem-estar emocional dos colaboradores. A norma foi incorporada à NR-1 (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e estabelece que riscos psicossociais — como estresse crônico, assédio moral, sobrecarga e falta de sentido no trabalho — devem ser identificados, monitorados e mitigados pelas organizações. Apesar de já vigente, a obrigatoriedade plena da norma foi prorrogada: o prazo final para adequação é 25 de maio de 2026. Até lá, vive-se um período de orientação, com caráter educativo e sem sanções. Isso oferece uma oportunidade estratégica rara: se preparar com profundidade antes das autuações começarem. A seguir, compartilho cinco passos essenciais para usar esse tempo com inteligência, consolidar uma cultura emocionalmente saudável e transformar o cuidado com pessoas em vantagem competitiva.

Empresas com maior bem-estar emocional têm 21% mais lucratividade e 41% menos absenteísmo, segundo estudo da Gallup.

Faça um diagnóstico real — e profundo

Não se trata apenas de aplicar uma pesquisa de clima padrão. A nova norma exige uma abordagem ampla, incluindo o mapeamento de fatores psicossociais que podem gerar adoecimento. Isso significa ouvir as pessoas, cruzar dados qualitativos e quantitativos e entender as causas estruturais por trás dos sintomas — como rotatividade alta, afastamentos por burnout ou queda de produtividade.
O que deve procurar? Ambientes tóxicos, jornadas abusivas, metas inalcançáveis, líderes despreparados, invisibilidade emocional, conflitos recorrentes.

Treine líderes para a gestão emocional

Nenhuma política prospera se a liderança direta for um ponto de tensão. Investir na formação de líderes emocionalmente responsáveis é decisivo. Eles devem ser capazes de reconhecer sinais de sofrimento, conduzir conversas difíceis, aplicar feedbacks com empatia e criar ambientes onde é seguro errar, perguntar e pedir ajuda.
Dica prática: inclua a saúde mental nos indicadores de desempenho da liderança. Se não estiver na meta, não estará na prática.

Estabeleça uma política de bem-estar com ações visíveis

A nova legislação exige ações concretas e documentadas. Crie uma política institucional clara, com objetivos, responsáveis, metas e mecanismos de avaliação. Isso inclui protocolos de acolhimento, canais de denúncia efetivos, planos de intervenção e iniciativas contínuas de educação emocional.
Importante: apenas ações recorrentes e consistentes vão atender às exigências legais — uma campanha pontual ou um workshop isolado não bastam.

Monitore e ajuste continuamente

O bem-estar é dinâmico. Os riscos de hoje podem não ser os mesmos daqui a seis meses. Por isso, estabeleça uma rotina de monitoramento, com indicadores que permitam ajustes finos. Olhe para dados de absenteísmo, produtividade, engajamento, turnover e pedidos de afastamento — e não hesite em reavaliar o plano de ação com base nos resultados.
Ferramentas sugeridas: pulse surveys, entrevistas de desligamento, comitês de escuta, análise de prontuários médicos (respeitando LGPD).

Inclua a saúde mental na estratégia da empresa

Empresas que se destacam não veem a saúde mental como custo, mas como investimento estratégico. Além de reduzir riscos legais e fortalecer a reputação da marca empregadora, o cuidado genuíno com as pessoas aumenta a capacidade de inovação, acelera a resolução de conflitos e favorece ambientes de alta performance.

A saúde mental deixou de ser uma bandeira de RH e tornou-se uma variável estratégica. Empresas que se antecipam à vigência obrigatória da NR-1 Lei 14.831/2024 não apenas reduzem riscos legais — elas constroem culturas mais humanas, sustentáveis e preparadas para o futuro. O que está em jogo não é apenas conformidade com a lei. É a chance de construir uma organização onde as pessoas que fazem tudo acontecer possam permanecer, crescer e florescer.