Leonardo Zonenschein detalha como a Dimona elimina barreiras técnicas com inteligência artificial
Por Redação
Foto de Divulgação
A Dimona, tradicional marca de camisetas da família Blumberg, se reinventou com inteligência artificial. Leonardo Zonenschein comanda a marca no Brasil e nos Estados Unidos e lidera o CRIA, plataforma que transforma ideias em estampas. “Sempre nos deparamos com uma questão recorrente: pessoas criativas muitas vezes não sabem utilizar ferramentas de design para desenvolver suas estampas. Quantas vezes alguém deixou de criar um produto personalizado por não ter uma arte pronta? O CRIA chega exatamente para resolver esse problema”, afirma. A ferramenta gera a arte a partir de descrições textuais e mostra o produto final pronto para compra, aproximando o cliente da criação de forma inédita.
THE PRESIDENT_ O que motivou a Dimona a conceber o CRIA e como a análise do comportamento dos clientes influenciou o desenvolvimento da plataforma?
Leonardo Zonenschein — Sempre nos deparamos com uma questão recorrente: pessoas criativas muitas vezes não sabem utilizar ferramentas de design para desenvolver suas estampas. Quantas vezes alguém deixou de criar um produto personalizado por não ter uma arte pronta? O Cria chega exatamente para resolver esse problema. Ao descrever sua ideia na ferramenta, o cliente recebe todo o resto pronto. A plataforma entrega não apenas a arte baseada no prompt, mas também diversas opções de produtos com a estampa aplicada, prontas para clicar e comprar. Tudo é produzido sob demanda com tecnologia de ponta. Esse comportamento do cliente, que deseja criar mas esbarra na barreira técnica, foi o que motivou a concepção da plataforma.
De que forma o CRIA transforma o processo de criação de estampas e aproxima o cliente final da produção, especialmente aqueles sem conhecimento técnico?
LZ — A resposta é essencialmente a mesma. O Cria elimina a necessidade de conhecimento técnico em design e coloca o cliente no centro do processo criativo. Basta descrever a ideia e a plataforma faz todo o restante, gerando a arte e apresentando o produto final já aplicado, o que aproxima o consumidor da produção de forma inédita e acessível.
A plataforma utiliza modelos avançados de IA integrados ao fluxo produtivo. Quais foram os principais desafios técnicos e estruturais para fazer essa integração funcionar na prática?
LZ — O principal desafio foi integrar uma nova tecnologia a um processo de produção e a um fluxo de compra já estabelecido. Curiosamente, a parte de gerar a imagem, graças ao uso da tecnologia da OpenAI, foi o trecho mais simples. Ainda assim, ajustes foram necessários para tornar a experiência fluida, como a inclusão de botões de seleção de estilo, que ajudam o usuário a construir seu prompt de forma mais intuitiva. Mas a tecnologia exigida vai muito além da geração de imagens. Era preciso integrar tudo ao fluxo de produção, ao ajuste automático da posição da estampa no produto, à geração de mockups e à validação de disponibilidade em estoque. Também incorporamos requisitos técnicos de estamparia diretamente na geração da imagem, como parâmetros mínimos de qualidade. O maior desafio foi conectar essas diferentes tecnologias ao sistema da Dimona e criar uma nova jornada de compra sem prejudicar a experiência do usuário.
Com investimento de R$ 1 milhão e expectativa de dobrar as vendas online em seis meses, quais indicadores internos mostram que o CRIA já está impactando produtividade e resultados?
LZ — O Cria amplia de forma significativa as possibilidades de personalização. Hoje, para criar um produto personalizado, o cliente precisa ter uma arte pronta ou utilizar nossas ferramentas de texto no Studio 3d, disponível há alguns anos no site. A diferença agora é transformacional: criar uma arte a partir de uma descrição escrita reduz drasticamente a distância entre a ideia e a execução. Quanto mais detalhada a descrição, maior a chance de o resultado atender exatamente ao que o cliente imaginou. A barreira entre conceber e concretizar uma estampa foi derrubada. E isso já impacta diretamente a produtividade interna, a velocidade de criação e o volume de pedidos personalizados, que antes dependiam muito mais de suporte humano.
Como o CRIA se encaixa na estratégia futura da Dimona em termos de novos modelos de negócio, expansão do varejo e consolidação da empresa como marca tecnológica?
LZ — O Cria nasce do nosso próprio slogan: você cria, a gente estampa. Para a Dimona, o produto mais importante sempre foram as ideias dos clientes. Se a tecnologia evolui, nossa missão é ampliar a capacidade das pessoas de colocar essas ideias em produtos, seja no B2C ou no B2B. Nas lojas físicas, contamos com profissionais que ajudam os clientes a transformar ideias em arte. Com o Cria, um atendimento que levaria vinte minutos pode ser feito em segundos. O papel do arte finalista passa a ser o de consultor, responsável pelos ajustes finais para garantir o melhor resultado, conforme previsto no plano de implementação. Projetos complexos continuarão precisando de designers, e o Cria não substitui a importância técnica e criativa desses profissionais. O que ele faz é ampliar enormemente o público que pode criar, incluindo quem antes desistia por não saber fazer uma arte. Essa expansão reforça a Dimona como marca inovadora e abre novas oportunidades de negócio e crescimento no varejo e no corporativo.