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Com apoio de marcas de luxo, como IWC e Mercedes, F1: O Filme mostra cenas realistas e leva a emoção das pistas para as telonas

Por José Norberto Flesch

A boa e velha história do azarão, se bem contada, não falha. Isto é o que acontece com F1: O Filme, que faz uma mistura bem temperada de Rocky Balboa com Hush e Top Gun. Não é exagero afirmar que o longa-metragem, produzido pela Apple Original Films e distribuído pela Warner Bros, é também uma grande e eficiente peça de marketing da categoria, hoje pertencente à Liberty Media. O grupo americano, aliás, vem colhendo os frutos do sucesso da série Drive to Survive, da Netflix, com uma renovada legião de fãs.

O novo filme sobre os bastidores da Fórmula 1 mobilizou também grandes marcas, que investiram para ter seus modelos vinculados à produção. Entre eles, Mercedes e IWC merecem destaque.

A história acompanha Sonny Hayes, interpretado por Brad Pitt. Ele é um piloto que volta à F1 para ajudar um ex-colega das pistas, Ruben Cervantes (Javier Bardem), diretor de uma equipe que vai mal no campeonato.

Quando chega ao time, Sonny já enfrenta a rivalidade de Joshua Pearce (Damson Idris), jovem talento que corre na equipe de Ruben. O espectador vai logo adivinhar que os dois personagens irão superar as brigas e se tornarão amigos, mas o filme não é tão previsível.

Há muitas surpresas e cenas capazes de fazer os fãs desse esporte amassarem o pacote de pipoca. O filme foi produzido pelo piloto Lewis Hamilton, que aparece como ele mesmo na história. “Eu me senti uma criança no set”, afirmou ele, no vídeo dos bastidores. “Tudo é tão autêntico quanto um filme de corridas precisa ser.”

Pôster de F1: O Filme
Dupla de pilotos da equipe fictícia APXGP, formada por Joshua Pearce (Damson Idris) e Sonny Hayes (Brad Pitt)

A estrela

A história da Mercedes no automobilismo começou em 1894, numa corrida entre as cidades de Paris e Rouen. Nos anos 1930, os “Flechas de Prata” dominaram uma era pré-F1. Após a Segunda Guerra Mundial, a marca voltou às pistas em 1954 e venceu a Fórmula 1 com Juan Manuel Fangio, mas se retirou das competições após o acidente de Le Mans em 1955.

Retornou à F1 nos anos 1990 como fornecedora de motores, formando uma parceria vitoriosa com a McLaren, que rendeu títulos, incluindo os de Mika Häkkinen (1998 e 1999) e Lewis Hamilton (2008). Também equipou a Brawn GP, campeã em 2009. No ano seguinte, a Mercedes voltou com equipe própria e, a partir de 2014, iniciou um período de domínio técnico, vencendo múltiplos campeonatos de construtores e pilotos, com o próprio Hamilton e Nico Rosberg.

O lançamento do filme marca mais um capítulo especial dessa história nas pistas. Prova disso é que a Mercedes-AMG lançou um modelo exclusivo, o GT APXGP Edition, que tem produção limitada a apenas 52 unidades. A marca ainda apoiou as filmagens com o conhecimento técnico de sua equipe de Fórmula 1 e com modelos AMG atuais.

“Fazer parte do filme sobre a principal categoria do automobilismo mundial mais intenso já feito é uma grande oportunidade para nós”, comentou a Mercedes-AMG, por meio de seus porta-vozes.

Os modelos SL, Classe G e GT aparecem em cena fora das pistas. Foram disponibilizados para o filme também os icônicos Mercedes-AMG Official FIA F1 Safety Car e Medical Car. 

Durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 de Miami, a Mercedes AMG apresentou a edição especial exclusiva AMG GT 63 4MATIC+ APXGP Edition. O modelo tem consumo de energia combinado de 14,0 l/100 km, e emissões de CO combinadas de 319 g/km; e carrega elementos e detalhes de design que remetem diretamente à equipe fictícia de F1 APXGP do longa.

O Mercedes AMG GT tem um perfil refinado por componentes de alta tecnologia, como a suspensão AMG Active Ride Control com estabilização semiativa, esterçamento do eixo traseiro de série e aerodinâmica ativa. O cupê transmite sua potência para o asfalto por meio da tração integral AMG Performance 4MATIC+ com distribuição totalmente variável.

Tem motor V8 biturbo AMG de 4,0 litros e 430 kW (585 cv); e arquitetura exclusiva esportiva da AMG, com chassi em estrutura de alumínio colado de alta sofisticação, o que, segundo a Mercedes, “permite uma configuração 2+2 capaz de proporcionar espaço generoso para motorista e passageiros, bem como bagagem”.

As filmagens ocorreram durante vários finais de semana de Grandes Prêmios pelo mundo, o que a Mercedes considera “o mais próximo da ação real das pistas”.

A relojoaria suíça IWC Schaffhausen criou o modelo Ingenieur Automatic 40 mm com estilo vintage especialmente para o personagem de Brad Pitt

Questão de tempo

Outra maison que está com alma e coração no longa é a IWC Schaffhausen, uma das marcas de alta relojoaria do Grupo Richemont. A relação da grife com o automobilismo é antiga. Desde 2013, tornou-se parceira oficial de engenharia da equipe Mercedes-AMG Petronas.

Segundo Franziska Gsell, CMO da IWC, a parceria de mais de uma década proporcionou um acesso privilegiado ao universo da Fórmula 1 e abriu espaço para inovações. “Formamos um trabalho de equipe incrível com eles, o que nos permitiu promover muitas novidades de engenharia juntos”, afirma. A colaboração também gerou lançamentos de primeiríssima, como o Pilot’s Watch Mark XX Mercedes-AMG Petronas Formula OneTM Team, com mostrador preto e detalhes em verde Petronas, e uma edição limitada do Big Pilot’s Watch Shock Absorber XPL dedicada a Toto Wolff, CEO e diretor da equipe.

A participação da IWC em F1: O Filme é vista por Franziska Gsell como uma extensão natural dessa trajetória. Segundo ela, o universo da Fórmula 1 se expandiu além das pistas e se tornou um fenômeno global de estilo de vida e moda. “O filme promete ser o mais autêntico já feito sobre corridas, uma obra-prima”, diz. Por isso, a marca se envolveu na produção, compondo o cenário da equipe fictícia APXGP. “Foi uma jornada e uma experiência emocionantes para todos nós”, afirma a CMO.

A IWC contribuiu para a caracterização do time do filme com produtos usados pelos personagens principais, Sonny Hayes (Brad Pitt) e Joshua Pearce (Damson Idris). “Nossos relógios e logo aparecem nos carros, macacões e capacetes de alguns atores. E, se prestarem atenção, verão de relance, em algumas cenas, nosso CEO, o Chris Gregor”, completa Deborah Maldonado, executiva de relacionamento com cliente da IWC. 

A colaboração inspirou uma série de ativações globais e resultou no lançamento de uma nova linha de relógios. A coleção Performance, apresentada no início deste ano, reúne modelos ligados ao filme, como o Pilot’s Watch Performance Chronograph em ouro 18 quilates 5N que aparece no pulso de Joshua Pearce. Também a edição limitada do Ingenieur Automatic 40 com mostrador verde, inspirada no vintage Ingenieur SL dos anos 1970, usado por Sonny Hayes. Foram lançados, ainda, dois modelos de Pilot’s Watch Chronograph, em tamanhos de 41 e 43 milímetros, dedicados à equipe APXGP.

Para Joseph Kosinski, diretor do filme (e também de Top Gun: Maverick), a IWC coloca seus relógios em papel importante “porque refletem a personalidade dos personagens que os usam”.

Após os jatos de Top Gun: Maverick, o cineasta Joseph Kosinski viu que era hora de fazer um filme da Fórmula 1 contemporânea

O cineasta explicou:

“Os Pilot’s Watches da IWC, por exemplo, foram perfeitos para a equipe dos boxes, mecânicos e engenheiros por causa desse visual mais técnico e robusto. Já o Sonny Hayes, personagem do Brad Pitt, pedia algo com mais história, mais caráter – o que nos levou a modificar o Ingenieur SL, criado por Gérald Genta. A peça tem cara de uma herança recebida, como se fosse um presente do pai dele. Para o personagem do Damson Idris, o Joshua Pearce, escolhemos um relógio que unisse desempenho e exclusividade”.

Segundo Kosisnki, “a parceria com a IWC é uma daquelas que não parecem nem um pouco forçadas” porque “há mais de uma década, eles são o parceiro oficial de engenharia da equipe Mercedes-AMG Petronas Formula One — ou seja, têm uma credibilidade legítima nesse esporte”.

Kosinski revelou que sempre foi fascinado por máquinas de ponta e velocidade. “Depois de trabalhar com jatos em um porta-aviões para Top Gun: Maverick, percebi que ninguém nunca tinha feito um filme sobre a Fórmula 1 contemporânea. Foi aí que nasceu a ideia de criar o filme de corrida de F1 mais autêntico já feito.” 

O diretor revelou ter também uma paixão por relógios mecânicos. “Sou igualmente fascinado por peças menores, como os relógios, como sou por essas grandes máquinas potentes. Relógios são objetos pensados até o último detalhe, com uma engenharia refinadíssima. Acredito que um modelo bem-feito carrega alma.”

O ator Damson Idris entre o carro de F1 da APXGP, produzido para o filme, e o Mercedes-AMG GT APXGP

Universo à parte 

O que mais atrai o diretor na Fórmula 1 é o fato do esporte ser, segundo ele, um universo à parte. “Quando você está numa corrida, parece que nada mais existe além daquilo. Me atraiu muito o desafio criativo e técnico de capturar a energia e o espírito desse ambiente. Acho que também é o único esporte onde o seu próprio companheiro de equipe pode ser o seu maior rival — o que é um prato cheio para o drama.”

Kosinski optou por mostrar cenas mais realistas possíveis, em vez de recorrer a efeitos especiais. “Acredito que o público sente, lá no fundo, quando algo é real. A realidade tem textura, tem presença. Ela tem alma. Claro que filmar cenas de Fórmula 1 é bem diferente de registrar alguém pilotando um jato. Neste projeto, fomos além: em muitas cenas, os próprios atores estão ao volante. Quando eles dirigem, dá pra ver o esforço nos braços, o corpo sendo puxado pelas forças gravitacionais nas curvas. Eles não estão atuando. Estão, de fato, pilotando. E isso muda tudo para quem está assistindo. É completamente diferente de filmar em estúdio ou com dublês.”

Para tanto, a produção desenvolveu um sistema de câmeras novo para capturar toda a ação. “As câmeras existentes eram grandes e pesadas demais”, contou Kosinski. “Precisávamos de algo leve, para não comprometer a performance do carro. Também precisava ser compacto, para não obstruir a visão dos pilotos. Projetamos um motor pequeno e potente para que as câmeras pudessem girar lateralmente. Criamos também uma rede sem fio ao redor da pista para controlar tudo de modo remoto. O processo dedesenvolvimento do sistema levou 15 meses.”

Outro desafio foi filmar durante os fins de semana de corrida. “Fizemos incontáveis ensaios. Por exemplo, para gravar uma cena no grid de largada, tínhamos exatos 9 minutos — o que dava margem para, no máximo, duas ou três tomadas. Era como apresentar uma peça de teatro ao vivo, diante de milhares de pessoas. Todo mundo com a adrenalina lá em cima, sentindo a pressão.”

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