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Mercedes-Benz clássico de Ayrton Senna vai a leilão por até R$ 1,8 milhão

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Mercedes-Benz clássico de Ayrton Senna vai a leilão por até R$ 1,8 milhão

Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 foi retirado direto da fábrica por Ayrton Senna em 1985 e será leiloado em novembro pela RM Sotheby’s

Por Felipe Novis
Fotos Reprodução/RM Sotheby’s

Um raro Mercedes-Benz 190 E 2.3-16, original de 1985, será leiloado pela RM Sotheby’s no dia 1º de novembro, em Londres. A casa de leilões espera vender o veículo por um valor entre 220 e 250 mil libras esterlinas (aproximadamente R$ 1,6 e R$ 1,8 milhão). O carro foi comprado há 40 anos por ninguém menos que Ayrton Senna, tendo feito parte da coleção pessoal do ex-piloto de Fórmula 1.

O estado de preservação do sedã impressiona. Além de manter a pintura prateada original, o motor e o interior estão conservados. O cofre do motor ainda traz a assinatura de Niki Lauda, também tricampeão mundial e outro nome lendário do automobilismo. Já a cabine tem os detalhes originais na cor preta, traz bancos com revestimento em couro, teto solar e detalhe em madeira na base da manopla de câmbio, que é manual de cinco marchas. O odômetro acumula aproximadamente 248 mil km.

O exemplar que será leiloado está equipado com motor 2.3 a gasolina de quatro cilindros e 16 válvulas, que entrega até 185 cv e torque de 24 kgf·m. Dirigido à mão inglesa, ele ainda conta com livros e manuais originais, extintor de incêndio, aparelho de som Becker México, kit de ferramentas, carregador de bateria e kit de primeiros socorros lacrado. O alarme de carro com fechamento automático e imobilizador veio de fábrica.

Quem adquirir o Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 receberá a documentação original que comprova a propriedade de Ayrton Senna, que inclui nota fiscal de compra de fábrica, V5 anterior e comprovante de importação de imposto.

A história do Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 de Senna

Ayrton Senna adquiriu o Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 após sua vitória na Corrida dos Campeões de Nürburgring, que simbolizava a reinauguração do Circuito de Nürburgring, na Alemanha. Na ocasião, o brasileiro substituía o compatriota Emerson Fittipaldi, era novato na Fórmula 1, integrava a equipe da Toleman e tinha apenas quatro GPs disputados no currículo.

Mesmo assim, Senna não se intimidou com a presença de nove dos 14 pilotos campeões mundiais de F1 que estavam vivos na época, impressionando já na classificação ao terminar em terceiro, atrás apenas de Alain Prost e Carlos Reutemann.

Chegando à corrida em si, o futuro tricampeão mundial aproveitou as condições de chuva e foi absoluto no percurso de 12 voltas. Todos os participantes pilotaram um Mercedes-Benz 190 E. No ano seguinte, Senna adquiriu o modelo na mesma cor da unidade que dirigiu na Alemanha: Smoke Silver Metallic.

Niki Lauda assina compartimento do motor do Mercedes-Benz 190 E 1985 que era de Ayrton Senna
Documentação original que comprova a propriedade de Ayrton Senna

Os outros proprietários

Apesar de ter encomendado o modelo zero km diretamente da fábrica da Mercedes-Benz e ter retirado-o pessoalmente em outubro de 1985, Senna vendeu o veículo já em 1987 para Robin Clark, amigo de Julian Jakobi, que foi empresário do ex-piloto. Na época, ele tinha cerca de 40 mil km rodados.

Em 1996, o 190 E 2.3-16 foi para as mãos do atual proprietário, que emigrou do Reino Unido e levou o veículo para a Austrália em 2004. Foi lá que Niki Lauda assinou o compartimento do motor, no Grande Prêmio de 2016, em Melbourne. Na posse do atual dono, o carro recebeu uma nova placa, com o registro “B15SENNA”.