O Governo de São Paulo já confirmou a morte de cinco pessoas intoxicadas por metanol, um dos principais insumos da indústria química
Por Redação
O Governo de São Paulo confirmou na terça-feira (30) que cinco pessoas morreram intoxicadas por metanol. Uma das mortes já foi comprovadamente causada pelo consumo de bebida alcoólica adulterada, enquanto as outras quatro permanecem sob investigação. Por enquanto, 22 ocorrências relacionadas à substância foram contabilizadas — incluindo os óbitos.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o metanol é um composto orgânico da família dos álcoois, com um átomo de carbono, três átomos de hidrogênio e uma hidroxila, cuja fórmula é CH3OH, sendo líquido à temperatura ambiente.
Por conta da sua toxicidade, dos riscos à saúde e do seu potencial como adulterador do etanol combustível e da gasolina, o metanol passa por uma rígida regulamentação por parte da ANP, que estabelece o registro obrigatório para a movimentação e armazenamento do produto.
O metanol é um dos principais insumos da indústria química, sendo utilizado como matéria-prima para sintetizar produtos químicos na produção de solventes, pisos, revestimentos e adesivos. Em escala industrial, é produzido predominantemente a partir do gás natural.
A substância é altamente prejudicial quando consumida por pessoas e pode levar à morte mesmo em doses pequenas. A intoxicação por metanol é uma emergência médica de extrema gravidade, com os principais sintomas sendo mal-estar generalizado e visão turva. As consequências mais graves possíveis são a morte por falência múltipla de órgãos, cegueira e estado de coma.
Como ocorre a adulteração das bebidas alcoólicas?
A adulteração das bebidas alcoólicas com metanol é mais comum nos destilados, por mais que qualquer bebida possa ser fraudada. Falsificadores pegam as garrafas de marcas famosas, sobretudo de ginástica e vodca, e acrescentam o metanol antes de comercializarem o produto.
O metanol é uma substância de difícil identificação, já que é incolor e tem cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum. Outro fator dificultador de identificação é que os primeiros sintomas podem parecer os de uma ressaca comum, como tontura, dor de cabeça e vômito. Por isso, a orientação da Vigilância Sanitária de São Paulo é que a população compre bebidas somente de fabricantes autorizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal.