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entrevista

Grupo Vellore se reinventa sob o comando de Paulo Velloso Ribeiro e quer triplicar de tamanho até 2030

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Grupo Vellore se reinventa sob o comando de Paulo Velloso Ribeiro e quer triplicar de tamanho até 2030

Fundador do Vellore, Paulo Sérgio Velloso Ribeiro é o grande responsável pelas mudanças de um dos grupos de maior faturamento do Brasil no segmento de varejistas de material de construção

Por Redação

Fotos Divulgação

Formado em Engenharia Agronômica, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo Sérgio Velloso Ribeiro fundou e adquiriu os negócios que fazem parte do Grupo Vellore. É ele o grande responsável pelo sucesso do grupo, que possui um dos maiores faturamentos do Brasil no segmento de varejistas de material de construção e se reinventa sempre que aparece uma boa oportunidade de expandir a atuação para novos mercados e serviços.

O nome Vellore é relativamente novo, mas a trajetória do grupo começou há quase trinta anos. Em 1997 surgiu a Foxlux, presente nos segmentos de Iluminação, Ferramentas, Materiais Elétricos e Utilidades. Em 2018, foi criado o Grupo Foxlux, que incorporou outra marca tradicional no segmento de ferramentas na América do Sul: a Famastil, que desde 1953 atua nas nas linhas de construção e jardinagem.

Para fazer jus à ampliação do portifólio de marcas e dos novos mercados que querem ser conquistados por Paulo Velloso Ribeiro, veio o Grupo Vellore em 2020. As mudanças, no entanto, não pararam por aí. Depois de entrar para o universo de startups em 2022 com o lançamento de uma venture builder e lançar a Iluzze em 2024, a meta do grupo agora é de triplicar de tamanho até 2030.

Fundador do Grupo Vellore, Paulo Sérgio Velloso Ribeiro (Foto: Divulgação)

THE PRESIDENT _ Sua transição de uma carreira promissora em uma multinacional para assumir uma empresa familiar em crise foi uma escolha ousada. O que guiou essa decisão?

Paulo S. Velloso Ribeiro – Foi um movimento impulsionado por coragem, energia e pelo desejo de empreender antes dos 30. Eu enxerguei na crise da empresa da minha família uma oportunidade de fazer diferente, de aplicar o conhecimento adquirido e, principalmente, de construir algo com significado. Assumi a Empresa Familiar em um momento difícil de crise, e crescemos tanto que, com o tempo, vieram também os desafios naturais de uma empresa familiar em expansão. Foi uma escolha de visão e coragem, mais do que de instinto.

O Grupo Vellore se reinventou muitas vezes: produto, país, modelo de negócio. Como você identifica que é hora de mudar?

A inquietação faz parte da nossa cultura. Entendemos que a reinvenção é necessária quando o que fazemos não gera mais crescimento ou não desperta mais paixão. Estamos sempre atentos às tendências do mercado, abertos a novas ideias e prontos para ajustar a rota. A atuação na América Latina, o Escritório mantido na China há mais de 25 anos, um Grupo consolidado com 2 marcas comerciais, um braço tecnológico, um de varejo, um digital e um financeiro somados à meta de triplicar de tamanho até 2.030 mostram como pensamos o futuro com ambição, mas com consistência.

Fale sobre a criação da Onda Laranja. Como uma campanha comercial virou um movimento cultural interno?

A Onda Laranja nasceu como uma grande campanha comercial, mas rapidamente tomou dimensão interna. Envolvemos nossos representantes comerciais, nossa equipe de vendas, marketing, logística, toda a indústria O espírito era vender, claro, mas também “pintar o Brasil” com a energia e a identidade das nossas marcas. O que surgiu foi um movimento de cultura forte, com o DNA Vellore: energia, força de campo com trocas significativas para retroalimentar Campo e Indústria e orgulho dos nossos produtos. Virou parte do nosso jeito de ser.

A Onda Laranja percorre regiões onde grandes marcas nem sempre chegam. O que você aprendeu no interior do Brasil?

Aprendi que existe uma riqueza enorme no interior do país: de pessoas, de relações, de histórias. E muitas dessas regiões são esquecidas pelas grandes marcas. Nós decidimos estar presentes de verdade, ouvir o varejo local, apoiar o que já existe e contribuir com soluções que funcionem. Isso moldou nossa visão de crescimento: com pé no chão, respeitando a realidade do Brasil além dos grandes centros. Hoje estamos presentes em mais de 2.400 municípios e queremos ir além, por isso fortalecemos nossa rede de Representantes Comerciais, temos Televendas internas e também portal B2B com vendas no Juntos Somos Mais.

Em um mercado ainda fortemente dependente de importações, por que investir mais na indústria nacional?

Porque acreditamos que não se constrói o futuro dependendo exclusivamente da China. O mundo está entendendo isso. Investir na indústria nacional é estratégico, garante autonomia, qualidade e atendimento. Temos orgulho de manter baixos índices de ruptura e estoques saudáveis para atender milhares de clientes no Brasil e na América Latina. E temos capacidade técnica para sermos tão competitivos quanto qualquer centro industrial do mundo.

Além de promover educação dentro da empresa, você se envolve pessoalmente. Que papel isso tem na estratégia do grupo?

A educação é o alicerce da transformação32. Basta ver os países que cresceram nos últimos anos: China, Coreia, Japão. Acredito profundamente nisso. Fui privilegiado por ter acesso a uma boa formação e quero que outras pessoas tenham a mesma chance. No Grupo Vellore, oferecemos bolsas de estudo, treinamentos e oportunidades reais. Hoje, temos 36 bolsas ativas, e histórias inspiradoras, como a do nosso diretor de Compras e Industrial, que entrou como estagiário. Educar é investir no futuro.

O Grupo cresce em produtos, canais e presença. Mas o que é crescer com qualidade?

Crescer com qualidade é fazer o certo, mesmo quando ninguém está olhando. É ter processos, olhar atento aos detalhes, cuidar do cliente em todas as etapas. Para nós, isso significa crescimento com valores, com uma cultura forte que é passada todos os dias. É ser ágil como o mercado exige, mas com os pés firmes em quem somos É ter o olhar da raposa: esperto, responsável e sempre em movimento.

O Grupo Vellore investiu em mais de 10 startups. Como você identifica uma inovação com real potencial?

Buscamos startups que resolvam problemas reais do mercado, que tenham aderência ao nosso ecossistema no Segmento de Material de Construção e que ofereçam potencial de escala. Através da Vellore Ventures, nossa aceleradora, analisamos a sinergia com nossos canais, a capacidade de execução e o impacto nos nossos clientes. Investimos para transformar, e não apenas para acompanhar uma tendência.

A Iluzze representa a entrada direta no varejo. Como essa estratégia se encaixa no plano de expansão?

A Iluzze nasceu da necessidade de estar mais próximo do consumidor final, o público especificador e eletricista onde entender suas dores e experimentar novas formas de venda. É um grande showroom com mais de 1.200 SKUs das marcas Foxlux e Famastil, além de outras 30 marcas parceiras e mais de 10.000 produtos multimarcas. É um grande laboratório, ali testamos mix, layout, serviço e atendimento. Ganhamos velocidade para lançar, aprender e ajustar. Ela faz parte do nosso movimento omnichannel: onde o consumidor estiver, queremos estar também. Hoje temos venda física, via whatsapp, no ecommerce e outro grande acerto também é crescer na venda direta para grandes Construtoras do Brasil inteiro, com excelente atendimento, entrega rápida e boas soluções.