Como o momento do café pode conectar pessoas e melhorar a saúde mental dentro e fora das empresas
O ambiente de trabalho voltou a ocupar o centro das discussões sobre saúde mental e cultura organizacional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos adultos em idade produtiva vivem com algum transtorno mental. Depressão e ansiedade têm um impacto estimado em US$ 1 trilhão em produtividade. Esses dados reforçam que o trabalho pode ser tanto um fator de proteção quanto de risco para o bem-estar psicológico. A OMS aponta que condições como cargas excessivas, falta de controle sobre o próprio trabalho, baixo apoio de colegas ou supervisores e ambientes com cultura organizacional fraca são catalisadores de problemas de saúde mental. Além dos efeitos individuais — como fadiga, menor concentração e aumento de erros —, os problemas de saúde mental no trabalho geram impactos diretos à empresa. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que 40% dos profissionais em regime remoto, ao longo da pandemia, apresentaram sintomas de ansiedade e depressão — quase o dobro dos que continuaram presencialmente, entre os quais o índice foi de 25%. A falta de convivência cotidiana foi citada como uma das principais causas. Embora o trabalho remoto tenha ampliado a flexibilidade e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ele também expôs o valor das conexões informais, das conversas espontâneas e do tradicional “cafezinho” compartilhado entre colegas. Diante desse cenário, discute-se com frequência como o cotidiano dentro das organizações pode se transformar em espaço de saúde social. Esse conceito vai além do bem-estar individual e contempla o grau de conexão entre pessoas, o pertencimento e a qualidade das interações dentro da empresa.
Quando as relações são frágeis, o risco de isolamento e de desgaste emocional cresce. Nesse sentido, pequenas pausas e momentos informais ganham relevância estratégica: elas oferecem freios à dinâmica acelerada de trabalho, tempo para diálogo e nitidez para perceber que a produtividade não é apenas tarefa, mas também cooperação. O ritual do café — amplamente presente no ambiente corporativo — pode se tornar um desses momentos de reconexão. Transformar o hábito de parar por um café em algo mais do que consumo exige repensar o espaço físico, a frequência e o convite à conversação. Pode envolver redesign de áreas de convivência, estímulo ao encontro entre pessoas de diferentes áreas ou liderança convidando ao diálogo livre — todos passos para favorecer a cultura organizacional. Essa lógica reconhece que saúde social não acontece apenas no plano individual, mas se manifesta no sistema de relacionamentos internos.
Empresas que adotam essas práticas contribuem para fortalecer a saúde coletiva e, consequentemente, resultados de negócio. Isso porque ambientes com alta coesão, confiança e sensação de pertencimento geram menor rotatividade, menos dias de afastamento e maior engajamento. A lógica se sustenta em evidências de que a saúde mental não é apenas um tema de RH, mas de liderança e de cultura ampla. No trabalho, o ato de pausar torna-se uma ferramenta deliberada. Não é apenas o intervalo para o café: é o intervalo para o encontro, para o diálogo, para o humano se manifestar. Esse gesto simbólico pode servir de ponte entre a rotina acelerada e o tempo de reflexão, entre a entrega e o reconhecimento mútuo. Um cenário em que o café pode deixar de ser um detalhe logístico e assumir o papel de elemento de cultura e conexão. Nesse contexto, ao lançar a campanha Gran Coffee – O Café é Só o Começo, a marca coloca em prática essa perspectiva: convidar organizações a tratar a pausa para o café como plataforma para saúde social, projetando o momento de café como início de algo maior — uma cultura de cuidado coletivo.