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Refúgios Sensoriais: três spas onde o silêncio é tratado como arte

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Refúgios Sensoriais: três spas onde o silêncio é tratado como arte

Nesta coluna, Fernanda Ralston, precursora do movimento pós-luxo e criadora da plataforma de filmes de arte I Am Creation, lista espaços em que o silêncio é tratado como arte

Por Fernanda Ralston

No pós-luxo, bem-estar não se mede em metros quadrados de mármore, mas sim na sutileza com que arquitetura, paisagem e ciência se entrelaçam para, enfim, suspender o tempo. São espaços em que o silêncio é tratado como arte, onde a ausência de ruído revela a sinfonia sutil da natureza e do próprio corpo. Nesta quinzena, convido você a conhecer três spas que elevam o conceito de refúgio sensorial a um nível quase metafísico, em que cada respiro é uma celebração da existência.

Aqui o tempo não passa - ele se dissolve, Shou Sugi Ban House. Foto: Divulgação

Shou Sugi Ban House — Hamptons, EUA

Sala de Yoga do Shou Sugi Ban House. Foto: Divulgação

Inspirado na técnica japonesa de carbonizar madeira, o retiro combina chá-cerimônia, imersões de som com taiko, e menus plant-forward assinados por Mads Refslund. O fogo queima a madeira por fora para torná-la eterna — metáfora exata do renascimento a que o hóspede se submete. Em Shou Sugi Ban House, o silêncio tem textura e forma; é sentido nos passos sobre o jardim zen, no vapor das fontes termais, e no crepitar do fogo que arde sob o ritual de purificação. Aqui, o tempo não passa — ele se dissolve.

Lanserhof Sylt — Ilha de Sylt, Alemanha

Lanserhof: Elegância sóbria e silêncio na Ilha de Sylt, Alemanha. Foto: Divulgação

Um casulo futurista erguido sobre palafitas de madeira local e aço marítimo. Dieta alcalina, medicina integrativa e câmaras de oxigênio hiperbárico dividem palco com dunas varridas pelo vento do Mar do Norte. Detox ganha sentido literal: o mar é parte do protocolo. Entre sessões de crioterapia e exercícios de biofeedback, o horizonte cinza-prateado do Atlântico Norte serve como testemunha silenciosa de um renascimento físico e espiritual. O silêncio aqui não é ausência — é presença.

Vista aérea do Lanserholf. Foto: Divulgação

Six Senses Svart — Círculo Polar Ártico, Noruega

O primeiro hotel “energy-positive” do planeta flutua sobre fiordes glaciais, gerando mais energia do que consome. O spa — semicircular e quase invisível — dilui-se na água; tratamentos inspirados em banhos vikings se alternam com sessões de luz polar que reprogramam o ritmo circadiano. A arquitetura transparente, que se funde com o horizonte glacial, é um convite para contemplar o silêncio absoluto dos fiordes. No Six Senses Svart, cada mergulho é um retorno às origens — um recomeço.

O primeiro hotel "energy-positive" do planeta flutua sobre fiordes glaciais. Foto: Divulgação

Pós-luxo é presença. Nesses refúgios sensoriais, nada se acumula: tudo se sente. Entre o sopro do vento nas dunas do Mar do Norte e o pulsar da luz polar sobre os fiordes árticos, o luxo ressurge como um caminho de volta ao essencial.

Que suas próximas viagens não apenas iluminem o caminho, mas transformem a maneira como você respira — e sente — o mundo.

Até a próxima quinzena,
Fernanda Ralston Empresária e fundadora da plataforma I Am Creation.