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Rio Sena, em Paris, é reaberto para banho após 100 anos

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Rio Sena, em Paris, é reaberto para banho após 100 anos

Interditado oficialmente desde 1923, rio Sena é reaberto ao público como legado dos Jogos Olímpicos após trabalho de despoluição de 1,4 bilhão de euros

Por Redação

O famoso rio Sena, em Paris, foi reaberto para banhistas pela primeira vez desde 1923. Aprovada pela prefeitura local, a histórica reabertura é decorrência de um longo e caro processo de limpeza do rio realizado para que a capital francesa sediasse os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024.

Na ocasião, somente alguns atletas de modalidades aquáticas competiram no rio Sena — mesmo com denúncias e protestos de que as águas não estavam seguras para banho parte de parisienses e atletas. Já no sábado (5), o local também foi aberto para banhistas.

Após ser utilizado em provas aquáticas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o rio Sena foi reaberto do público (Foto: iStock/Olivier Djiann)

Regras para nadar no Sena

O banho no Sena está permitido até o fim de agosto deste ano, mas em apenas três trechos específicos: dois perto da Torre Eiffel e um ao redor da Île Saint-Louis, ilha próxima à catedral de Notre-Dame. Neles, foram instalados deques e banheiras verdes e vermelhas para que os banhistas saibam os locais permitidos e proibidos. Salva-vidas também monitoram as áreas durante o horário permitido para entrar no rio e podem retirar da água quem demonstrar insegurança para boiar.

Para entrar no Sena, é necessário ter ao menos dez anos de idade. A capacidade total de público dos três pontos é de 600 banhistas, simultaneamente. O banho ainda pode ser proibido em caso de mau tempo, correnteza forte ou análise bacteriológica negativa. Apesar da liberação, o nível de bactérias do rio nem sempre é adequado.

Durante os Jogos Olímpicos de 2024, a qualidade da água do Sena gerou enorme desconfiança, sobretudo porque os organizadores do evento não publicavam o resultado das medições diárias. Alguns atletas relataram mal-estar após treinos e competições, apesar da contaminação do rio não ter sido comprovada como causa. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, afirmou na ocasião que o ambiente era qualificado para a realização de provas aquáticas e, cumprindo uma promessa, mergulhou no rio dias antes do início da competições.

Após os Jogos, uma nova rodada de limpeza foi realizada visando a reabertura para banhistas. Agora, testes de qualidade de água serão feitos diariamente, com resultados publicados no site oficial da prefeitura parisiense. Além dos três trechos citados, outras 14 áreas nos rios Sena e Marne fora dos limites da capital francesa serão abertas.

Limpeza bilionária

O Sena estava interditado oficialmente desde 1923 em razão da progressiva deterioração da qualidade da água, já que era destino do esgoto de residências e de resíduos industriais. Para reverter a situação e limpar o rio, o governo local fez um megapacote de obras que incluíram a conexão de milhares de residências ao sistema de esgoto, a modernização das estações de tratamento de água e a construção de grandes reservatórios de água da chuva para evitar o transbordamento do esgoto durante fortes tempestades.

Ao todo, estima-se que o trabalho de despoluição tenha custado 1,4 bilhão de euros. Vice-prefeito de Paris, Pierre Rabadan comemorou o feito e aproveitou o momento para alfinetar aqueles que não acreditavam na revitalização do rio Sena.

“Obviamente, se abrirmos a área de banho é porque a água está em conformidade com os regulamentos, não representa absolutamente nenhum perigo para as pessoas que vão nadar. Estamos especialmente felizes por termos provado que os céticos estavam errados e por podermos cumprir os compromissos que assumimos inicialmente, em algo que era muito grande e muito complicado de alcançar, em um tempo relativamente curto, e que os Jogos Olímpicos de Verão nos permitiram acelerar”, declarou.