The President

turismo

Rosewood São Paulo é indicado ao prêmio de arquitetura e design do Guia Michelin

turismo

Rosewood São Paulo é indicado ao prêmio de arquitetura e design do Guia Michelin

Cinco hotéis estão concorrendo ao inédito prêmio Michelin de arquitetura e design, previsto para o dia 8 de outubro

Por Felipe Novis

Pela primeira vez na história, o Guia Michelin selecionou cinco hotéis para concorrer ao inédito prêmio Michelin de arquitetura e design, previsto para o dia 8 de outubro. E o Brasil tem um representante entre os candidatos: o Rosewood São Paulo, localizado no complexo Cidade Matarazzo.

O Guia Michelin destacou o design inovador da torre Rosewood, envolta em treliças de madeira e revestida com mais de dez mil árvores nativas da Mata Atlântica. A estrutura, projetada pelo arquiteto Jean Nouvel, tem 93 metros de altura, 22 andares e um belo jardim, enquanto os dois edifícios do complexo oferecem 160 quartos, mais de 100 suítes para residentes, duas piscinas e seis restaurantes.

Os quartos e espaços públicos do hotel utilizam 100% de materiais locais, incluindo madeira, mármore, móveis personalizados e um acervo de arte com 450 obras originais de 57 artistas brasileiros. A publicação ainda ressalta um mural desenhado à mão na década de 1930 que reproduz um céu noturno abstrato no topo do bar de jazz Rabo di Galo, a piscina de borda infinita na cobertura com vista para o horizonte e, por fim, a capela de Santa Luzia, construída em 1922 e reformada para incluir uma roseta de vitral projetada pelo artista brasileiro de renome internacional Vik Muniz.

Rosewood São Paulo é o único hotel das Américas indicado ao prêmio Michelin de arquitetura e design (Foto: Reprodução/Rosewood São Paulo)

Os outros hotéis indicados

O Rosewood São Paulo é o único hotel das Américas indicado ao prêmio Michelin de arquitetura e design. Entre os demais selecionados, estão três estabelecimentos asiáticos e um europeu. De acordo com o guia, estes espaços se parecem com poucos outros edifícios no mundo e constroem suas experiências a partir do design.

Villa Nai 3.3

O Villa Nai 3.3 está localizado na ilha adriática de Dugi Otok, na Croácia (Foto: Reprodução/Villa Nai 3.3)

O único representante europeu é o Villa Nai 3.3, localizado na ilha adriática de Dugi Otok, na Croácia. As acomodações de luxo ecológico foram feitas diretamente na encosta, com a utilização de pedra escavada como material primário da construção, limitando as emissões. Os métodos de construção da Dalmácia inspiraram o design ondulado do hotel. As paredes de pedra seca, empilhadas sem argamassa, resultam em uma fusão quase imperceptível de edifício e ambiente.

Cada um dos oito quartos de hóspede é realçado por materiais naturais, como mármore italiano e acabamentos em madeira em tons suaves. A propriedade do Villa Nai 3.3 ainda conta com um olival de 40 mil m2, de onde é cultivado um azeite premiado. O local foi projetado pelo arquiteto Nikola Bašić.

Benesse House

A Benesse House foi projetada por Tadao Ando, vencedor do Prêmio Pritzker e um dos arquitetos japoneses mais célebres da atualidade (Foto: Divulgação/Guia Michelin)

Criada em 1992 por Tadao Ando, vencedor do Prêmio Pritzker e um dos arquitetos japoneses mais célebres da atualidade, a Benesse House tem um design considerado revolucionário. Em Naoshima, uma das várias ilhas do Mar Interior do Japão, o estabelecimento tem quatro alas com características arquitetônicas, atrações e alojamentos distintos, além de unir espaços de galeria e alojamentos para hóspedes, criando um híbrido inédito de museu e hotel.

O Guia Michelin dá maior destaque para quatro características da Benesse House: a forma minimalista de concreto do museu, parcialmente inserida na paisagem costeira; o “oval”, que apresenta um espelho d’água ao ar livre, circundado por um pórtico ensolarado; o “parque”, um dos raros edifícios de Ando a incorporar madeira que confunde a linha entre interior e exterior; e a “praia”, estrutura com linhas de visão alinhadas com a superfície do mar e que cria a impressão de estar flutuando.

Cada um dos 65 quartos de hóspedes distribuídos entre os edifícios é definido por elementos como móveis discretos e janelas do chão ao teto que emolduram intencionalmente vistas do mar, dos jardins e das distantes Montanhas Shikoku.

Shebara Resort

Mais da metade das vilas do Shebara Resort está diretamente sobre a água (Foto: Reprodução/Shebara Resort)

Parte do Projeto Mar Vermelho, um esforço ambicioso para desenvolver a costa oeste da Arábia Saudita, o Shebara Resort é a resposta do país às vilas sobre a água das Maldivas. Os viajantes vêm para mergulhar e praticar snorkel entre os belos recifes de corais, e a arquitetura inconfundível do resort reflete seu objetivo: celebrar e preservar o ambiente marinho.

Projetadas para se assemelharem a pérolas brilhantes, as 73 vilas foram construídas fora do local e transportadas para a ilha de Shebara quase completas para minimizar a perturbação. Destas, 38 vilas ficam diretamente sobre a água, sustentadas por colunas estreitas projetadas para atrapalhar o mínimo possível do fundo do oceano.

As vilas estão equipadas com aço polido e móveis personalizados, estando intencionalmente espaçadas para máxima privacidade. O resort tem seu próprio e enorme parque solar, usina de dessalinização e osmose reversa e transporte totalmente elétrico. A tecnologia avançada rendeu ao hotel a certificação LEED Platinum.

Atlatins The Royal

O Atlantis The Royal foi projetado pelo arquiteto Kohn Pedersen Fox (Foto: Reprodução/Atlatins The Royal)

A silhueta vanguardista do Atlantis The Royal, localizado em Dubai, nos Emirados Árabes, consiste em seis torres interconectadas, cada uma composta por blocos em balanço e terraços, com seus próprios espaços e comodidades. O design interligado e futurista também cria espaços externos naturalmente ventilados e sombreados para os hóspedes, resultando em um edifício que se assemelha mais a um bairro com áreas internas e externas repletas de jardins do que a um hotel.

Projetado pelo arquiteto Kohn Pedersen Fox, o design do Atlantis The Royal passou a integrar horizonte em constante evolução de Dubai em 2023, desafiando desde então a arquitetura hoteleira tradicional de enormes arranhas-céus. Os 705 quartos e suítes, chamados de Skyscapes e Seascapes, estão distribuídos pelos diversos blocos de edifícios, enquanto os andares superiores são conectados por uma impressionante passarela. O hotel ainda oferece 15 opções de restaurantes.