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CEO e Cofundador da iQuê

entrevista

Sandro Lucas, CEO e Cofundador da iQuê

Sandro Lucas, CEO e Cofundador da iQuê se sentiu insatisfeito com a qualidade das roupas de ciclismo disponíveis no mercado brasileiro, o que o levou a criar sua própria marca

O empresário Sandro Lucas, CEO e Cofundador da iQuê, apaixonado pelo ciclismo, é natural de Coronel Fabriciano, MG, e há 20 anos reside em Vila Velha, ES. Praticante do esporte há mais de 20 anos, Sandro se sentiu insatisfeito com a qualidade das roupas de ciclismo disponíveis no mercado brasileiro, o que o levou a criar sua própria marca, a iQuê. A marca valoriza o “feito no Brasil”, oferecendo roupas com conforto, tecnologia e qualidade para ciclistas de todos os níveis de desempenho. As peças são produzidas com matérias-primas nobres e alta tecnologia, e a marca também busca colaborar com artistas para criar coleções-cápsula exclusivas. Um exemplo é a Cápsula de Inverno, com uma paleta de cores variada e novas modelagens.

1. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao criar sua própria marca e como os superou?

O propósito para a fundação da marca foi o inconformismo de um ciclista exigente com a qualidade e conforto das roupas para ciclistas ofertadas no mercado nacional. Atender a esse requisito, começando um negócio completamente do zero, exigiu muita dedicação e aprendizado. Foram muitos testes, acertos e erros e, principalmente, proximidade com a comunidade dos ciclistas para entender qual seria o desejo e o que poderíamos trazer para surpreender nossos futuros clientes. Somos uma marca brasileira com DNA global, com foco no cliente, e o nosso principal desafio foi desenvolver fornecedores brasileiros que estivessem dispostos a entregar um produto com qualidade bem acima do que o mercado nacional oferecia. Isso só se tornou possível com um projeto construído a seis mãos. Somos três sócios com habilidades completamente diferentes e que nos complementamos: Felipe Siqueira, empresário expert em experiência do cliente e mercado digital; Igor Quintella, renomado designer que deu o toque de sofisticação que é a identidade da marca; e eu, com mais de 20 anos de experiência no mercado de roupas de grife e com conhecimento consolidado de operação e gestão.

2. Como você enxerga a importância da inovação e tecnologia na criação de produtos de qualidade em qualquer setor?

A exigência do nosso cliente é sempre muito alta, principalmente pelo propósito da criação da marca. Precisamos sempre estar antenados com as tendências do mercado para gerar uma experiência diferenciada. Por isso, estamos sempre inovando, testando, escutando nosso público e evoluindo. Não dá para estagnar; precisamos sempre surpreender nossa comunidade. Resumindo, se não inovar, você morre!

3. Que conselhos você daria para empreendedores que desejam entrar em mercados competitivos, mas ainda estão indecisos sobre como se diferenciar?

Feito é melhor que perfeito. Você precisa começar. A diferença de quem se conecta com o sucesso ou com o fracasso é simples: alguém desistiu no meio do caminho. Tente, erre, corrija a rota e foque no seu destino final. Todas suas ações precisam estar direcionadas ao seu público. Saiba quem são, escute muito primeiro, teste, busque parcerias de ganha-ganha com seus fornecedores. Faça um produto que vai surpreender a expectativa do seu cliente, não se contente com o básico. Para ter uma empresa de sucesso, proporcionar uma experiência diferenciada para o cliente é fundamental, mas para isso você também precisa se preocupar com a experiência dos seus colaboradores e parceiros. Lembre-se que tudo isso tem que andar junto com o planejamento financeiro.

4. De que maneira o investimento em materiais de alta tecnologia pode influenciar a percepção do cliente e o sucesso do produto?

Atendemos uma comunidade que tem uma régua bem alta de exigências. O entusiasta e atleta amador quer usar o que os profissionais de alta performance usam. Nossos produtos precisam apresentar a mesma tecnologia das líderes do mercado mundial. Isso é investimento. Como fazer isso? Oferecer um produto com o mesmo nível de qualidade, focado em performance. Não dá para economizar aqui. Canais de vendas de fácil acesso e uma comunicação competente que gere desejo e necessidade de pertencimento a essa comunidade.

5. Como você identifica as tendências de mercado e as necessidades dos consumidores para desenvolver produtos que atendam às expectativas de diferentes públicos?

Somos uma marca para atletas de alta, média ou nenhuma performance. Conforto, design sofisticado e o conceito do “menos é mais” são as rotas traçadas pela iQuê e são inegociáveis. Bem-estar físico e mental são muito importantes e, por isso, trazemos para nossa comunicação líderes de comunidades espalhadas pelo Brasil que trabalham a importância deste equilíbrio. Esses líderes sempre são os primeiros a testar novos produtos, proporcionando a evolução contínua. Contribuem para o desenvolvimento da marca, trazem as necessidades locais e participam das campanhas de comunicação. Com isso, o vínculo com a marca se fortalece. Mesmo sendo um esporte competitivo, queremos que nossos clientes sejam campeões de si mesmos.

6. Quais são os aspectos específicos das suas roupas de ciclismo que você acredita serem mais valorizados pelos clientes?

Nosso design é limpo, a modelagem é muito bem ajustada e não economizamos em usar as melhores matérias-primas oferecidas pela indústria na produção das nossas roupas. Design não é só beleza, ele precisa trazer usabilidade. Apresentamos soluções importantes para as necessidades do dia a dia na prática do esporte. Um exemplo é nosso bretelle feminino com solução para não precisar se despir para ir ao banheiro.

7. Pode nos contar mais sobre o processo de criação das coleções-cápsula e a colaboração com artistas?

Temos uma única coleção anual, a de Inverno, e lançamentos periódicos. Nossa coleção de inverno já começa a ser preparada e definida em julho para que seu lançamento seja sempre em abril do ano seguinte. Propostas de cores e produtos são apresentadas pelo nosso time criativo, liderado pelo Igor Quintella, e, após validadas, quem assume o processo é o time de planejamento e controle de produção, que irá viabilizar custos e garantir markup. O produto que não apresenta o markup mínimo exigido não será produzido. Aprovado, serão definidas as agendas dos processos e fornecedores. Esse ciclo também é aplicado para as cápsulas. Sobre as colaborações com artistas, queremos nos conectar com outras comunidades e acreditamos que a arte pode ser esse elo de ligação. É sempre bom ter gente bacana do nosso lado, né? Gostamos de pessoas. Unindo forças, certamente iremos realizar nossos objetivos de ser uma marca global e a principal marca de ciclistas do mundo.