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Artigo

Xeque-mate nos negócios

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Xeque-mate nos negócios

“A pressa na tomada de decisões é inimiga do crescimento. No xadrez dos negócios, uma jogada vencedora demanda estratégia, e estratégia demanda tempo para pensar”
Por Wilson Medeiros, Chief Grouth Officer Brasil da BRITech

Que tal uma partida rápida de xadrez? O convite soa no mínimo estranho. Em um jogo movido a estratégia, sabemos que não se pode ter pressa. O mesmo vale para o tabuleiro dos negócios. O crescimento não combina com ações impulsivas e exige mais do que movimentos emergenciais.

Como no jogo de xadrez, em que cada peça desempenha um papel crucial, líderes precisam dedicar tempo para pensar nas melhores estratégias. No entanto, estudos e pesquisas, e na minha jornada corporativa na formação de executivos e times de alta performance, trazem sinais da falta de hábito e dificuldade de praticar e/ou exercitar a arte de pensar estrategicamente.

Quando procurado por uma demanda de crescimento ou alavancagem, minha pergunta, como já abordei em outros artigos, palestras, mentoria e conselhos, é sempre a mesma: “Levando em conta a relevância para o seu negócio, qual o percentual de tempo de sua agenda executiva você se decida para endereçar o tema?”.

A pausa de silêncio antes da resposta, na maioria das vezes, já indica que o empresário pode estar mais para “empresidiário”  – ou seja, preso em rotinas operacionais. Neste caso, basta o concorrente dedicar pouco mais de tempo para bolar soluções e ultrapassá-lo.

A pressa na tomada de decisões é inimiga do crescimento. Uma jogada vencedora demanda estratégia, e estratégia demanda tempo para ser pensada e elaborada. Por isso, quero chamar a atenção para a gestão do tempo, que não combina com a pressão de uma agenda 100% cheia.

Cheia de que, mesmo? O que se observa é que a maior parte do tempo é guiada pelo frenesi operacional. Logo deduzimos que a gestão está reativa porque não sobrou tempo para atuar proativamente em outras frentes e iniciativas de inovação, soluções, parcerias.

A pressa na tomada de decisões é inimiga do crescimento. Uma jogada vencedora demanda estratégia, e estratégia demanda tempo para ser pensada e elaborada.

Wilson Medeiros

Quantas vezes nos vemos envolvidos em uma corrida contra o relógio, buscando soluções imediatas? A síndrome da pressão impera. Muitos assumem responsabilidades que seriam até mesmo da dama, do peão, do cavalo e do bispo, sem se concentrar em seu papel de líder. Infelizmente, alguns até precisam da desculpa do “corre” para fazer milhões de coisas, mas sem se preocupar com estratégia ou excelência. Há ainda aqueles que, de tão ocupados, sentem medo da pausa, da despressurização que leva à reflexão. Uma agenda 100% lotada também é uma forma de alienação.

Voltando ao xadrez, existem partidas que inclusive não se resolvem em um dia, uma semana, um mês. As pedras ficam dispostas no tabuleiro, para serem retomadas no dia seguinte, com a cabeça mais fresca, mais inspiração e tempo para pensar. Dessa forma, além de enfrentar os oponentes, os jogadores podem imaginar possíveis cenários e como lidar com eles.

No mundo corporativo, antecipar os movimentos do concorrente também é fundamental. Em um cenário de competição acirrada, é crucial lembrar que o sucesso não se apressa. É imperativo aos profissionais aprenderem a traçar um contraponto, ou antídoto, que os leve a um outro patamar de hábito ou seja, de olhar estrategicamente para jogar luz em seu maior recurso: tempo (para pensar).

E isso vale até mesmo para as “cabeças prateadas”. Às vezes o profissional tem acumulado anos de experiência, mas o padrão de hábito é o mesmo no frenesi operacional. Nesse caso, infelizmente, esses profissionais preciosos não vêm desfrutando da sabedoria da maturidade para elevar padrões.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”, diz o versículo 3.1 de Eclesiastes. Com licença poética de um verso bíblico, deixo aqui a mensagem de que o tempo dedicado ao pensamento estratégico é o melhor aliado do crescimento.

Como um mestre de xadrez, é possível treinar as respostas emocionais para criar hábitos mais saudáveis e evitar o pânico sob pressão. Assim, as decisões serão mais assertivas. Num mundo em que o sucesso resulta de ações diferenciadas, dedicar tempo ao aprimoramento das estratégias é a peça-chave para vencer – e dar o xeque-mate nos negócios.